PIB do Pará mostra maior participação dos municípios com base mineral e a concentração da riqueza estadual
18/12/08
Em 2006, dos dez municípios do Pará com o maior valor do Produto Interno Bruto (PIB) – que é o total de bens e serviços produzidos -, metade tinha na mineração a sua principal atividade. A mesma coisa em relação ao PIB per capita (valor do PIB global dividido pelo número absoluto de habitantes). Mas os dados divulgados nesta terça-feira (16) pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Finanças do Pará (Sepof), levantados em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), sobre o comportamento do PIB dos municípios paraenses em 2006, revelam também uma concentração dessa riqueza, pois apenas 19 dos 143 municípios do estado produziram 75,5% de toda a riqueza gerada, enquanto os 124 restantes responderam por apenas 24,6% do PIB estadual (que foi de R$ 44 bilhões em 2006). Os dados mostram também que em 2006 o setor de serviços era a atividade predominante em 84,6% (121) dos municípios paraenses, enquanto o setor agropecuário predominava em 8,4% (12) dos municípios e o setor da indústria era a principal atividade em apenas 7,0% (dez) dos municípios. A pesquisa confirma a tendência de levantamentos anteriores do PIB do Pará, de redução da participação da capital no ranking estadual. Em 2006, Belém continuava a ocupar o primeiro lugar, mas com uma pequena redução de sua participação no ranking para 28,21%, com um PIB de 12,5 milhões (era o 13º PIB entre as capitais brasileiras e o 23º entre todas as cidades do país). Em 2006, Barcarena ocupava o segundo lugar, com participação de 8,03% (era de 7,18% em 2005). Depois aparecem Parauapebas (6,72%), Marabá (5,91%, ultrapassando Ananindeua entre os dois levantamentos), Ananindeua (5,56%), Tucuruí (4,67%), Santarém (3,22%), Castanhal (1,85%), Canaã dos Carajás (1,58%) e Oriximiná (1,42%). Na outra ponta, os dez municípios com as menores participações no PIB estadual em 2006 eram São João da Ponta (0,03%), Santarém Novo (0,03%), Magalhães Barata (0,04%), Santa Cruz do Arari (0,04%), Terra Alta (0,04%), Peixe-Boi (0,04%), Primavera (0,04%), Bonito (0,05%), Palestina do Pará (0,05%) e Inhangapi (0,05%). Canaã lidera Pelo segundo ano consecutivo, o município de Canaã dos Carajás, no sudeste paraense, liderava em 2006 o ranking dos maiores PIBs per capita do estado, posição que passou a ocupar graças ao início das atividades do projeto de cobre da Vale naquele município, na mina do Sossego. Em 2002, o PIB per capita de Canaã era de R$ 3.624. Em 2004, já com o funcionamento do Sossego, passou para R$ 35.655, para R$ 46.362 em 2005 e para R$ 50.488 em 2006. Depois de Canaã, o maior PIB per capita no Pará é de Barcarena (R$ 46.851), onde está o pólo de alumínio da Vale, o início da verticalização da cadeia com a unidade da Alubar e o pólo de exportação de caulim. Parauapebas, baseado na exploração do minério de ferro da Vale em Carajás, ocupava em 2006 o terceiro lugar, com R$ 31.320. Belém estava num modesto 13º lugar, com R$ 8.765. Já os menores municípios em relação ao PIB per capita eram Jacareacanga (R$ 1.401), Curralinho (R$ 1.582) e Nova Esperança do Piriá (R$ 1.597). A renda per capita de Jacareacanga em 2006 era 36 vezes menor que a de Canaã dos Carajás. Segundo a pesquisa, em 2006 a renda gerada por apenas seis municípios ? Manaus, Belém, Porto Velho, Barcarena, Macapá e Parauapebas ? equivalia a 50% de toda a renda da região Norte. E os três maiores PIB per capita de toda a região Norte pertenciam a municípios paraenses com atividade mineral ? Canaã dos Carajás, Barcarena e Parauapebas. No Norte, a única capital com PIB per capita superior ao brasileiro foi Manaus. Os maiores por setores Em relação aos setores econômicos, o agropecuário é o mais bem distribuído entre os municípios em termos de valor, seguido pelos serviços e, por último, pela indústria, setor que está concentrado em poucos municípios. Em um ranking dos municípios por atividade econômica, os dez maiores do setor agropecuário são São Félix do Xingu, Santarém, Paragominas, Marabá, Acará, Novo Repartimento, Água Azul do Norte, Santa Maria das Barreiras, Cumaru do Norte e Conceição do Araguaia. São Félix lidera porque possui o segundo maior rebanho bovino de todo o país. No setor industrial, os dez maiores municípios são Barcarena, Parauapebas, Belém, Tucuruí, Marabá, Ananindeua, Canaã dos Carajás, Oriximiná, Almeirim e Santarém. No setor de serviços, os dez maiores são Belém, Ananindeua, Marabá, Santarém, Barcarena, Parauapebas, Castanhal, Paragominas, Tucuruí e Itaituba. O município que teve o maior crescimento no valor nominal de seu PIB foi Benevides (49,53%), em razão da implantação da unidade de produção de cerveja da Schincariol, seguido por Água Azul do Norte (39,81%), por causa da implantação de frigoríficos no município. Quando a pesquisa aborda a variação nominal do PIB por regiões de integração, também se destacavam aquelas com atividade mineral. Em primeiro lugar em 2006 estava a região do Tocantins (21,92%), motivada principalmente pela presença de Barcarena, seguida de Carajás (17,78%), Araguaia (17,51%), Rio Caeté (17,11%) e Tapajós (14,18%), todos acima do crescimento do PIB em todo o Pará no biênio 2005/2006, que foi de 13,43%. A região metropolitana de Belém ocupava um modesto nono lugar, com 11,94%. A região de integração que teve o pior crescimento entre 2005 e 2006 foi o Baixo Amazonas, com apenas 2,19%, abaixo da região do Marajó, com crescimento de 7,87%.
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