Pesquisa do crisotila e o medo da verdade
05/01/10
A busca constante pela verdade científica, sem qualquer tipo de subterfúgio, é uma estratégia que amedronta os defensores do banimento do amianto crisotila, pela completa inconsistência e absoluta fragilidade dos argumentos por eles utilizados. O que mais temem é a queda da máscara, pois, aqueles que posam de defensores da saúde do trabalhador, sabem que no fundo estão mesmo é a serviço dos poderosos interesses econômicos daqueles que vislumbram a possibilidade de auferir lucros astronômicos, caso a fibra mineral goiana desapareça do mercado.Há comprovação científica de que o crisotila possa provocar doenças? Isto só ocorreria se suas fibras fossem inaladas por longos períodos e elevadas concentrações, o que definitivamente não acontece na cadeia produtiva desse mineral em nosso País, que é o terceiro maior produtor mundial. É por isso que não existe relato na literatura médica de que a população tenha sofrido problemas respiratórios porque utiliza produtos de fibrocimento.De nada adianta, portanto, tentarem distorcer a realidade. Afinal, está provado e qualquer cidadão pode constatar isso in loco em Minaçu, que o crisotila pode perfeitamente ser usado de forma controlada, sem que haja necessidade de sua substituição. Quem for a Cana Brava irá verificar que o minério é utilizado de forma controlada e segura em todas as etapas da cadeia produtiva. A legislação é cumprida à risca, garantindo que o índice de exposição dos trabalhadores seja muito baixo, inferior a 0,1 fibra por centímetro cúbico de ar. A marca do compromisso com a verdade está presente num novo projeto de pesquisa, do qual participam o Ministério de Ciência e Tecnologia através do CNPq, o governo de Goiás, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia e o Instituto Brasileiro de Crisotila. A pesquisa, coordenada pelo médico Ericson Bagatin, professor-doutor da área de Saúde do Trabalhador da Unicamp, irá avaliar a concentração de fibras de amianto, tanto no interior como no exterior de moradias cobertas com telhas de cimento-amianto, construídas há mais de 15 anos; e eventuais efeitos na saúde decorrentes dessa situação.Peritos no Canadá, bem como a Organização Internacional do Trabalho e a Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento já concluíram que os conhecimentos e as tecnologias modernas atuais podem controlar com êxito o potencial que o crisotila representa para risco à saúde e ao meio ambiente.A propósito, um estudo sobre riscos à saúde associados com tipo de fibra de amianto, do pesquisador canadense, Jacques Dunnigan revela que o crisotila não oferece risco mensurável à saúde humana em níveis de exposição inferiores a 1 fibra/cm³ de ar. A sua estrutura fibrosa é flexível, fina e sedosa sendo rapidamente eliminada pelo sistema respiratório. A pesquisa do Canadá, confirmada pelo eminente médico toxicologista suíço, Dr. David Bernstein, mostra que em temperaturas acima de 800ºC, o crisotila sofre decomposição térmica, transformando-se em forsterita, que não é fibrosa, sendo inócua à saúde humana. O produto tem baixo potencial de toxicidade porque o núcleo de sua molécula é composto de magnésio, o que a torna biossolúvelAo contrário do que afirmam os defensores do banimento, a biopersistência média do nosso crisotila brasileiro é de 1,3 a 2,4 dias no tecido pulmonar, muito inferior à biopersistência de outras fibras industriais, que podem chegar a permanecer nos alvéolos pulmonares por aproximados 300 dias.Neste debate, a hipocrisia não pode ter assento. Todo mundo sabe que, desde os primórdios, a humanidade convive com inúmeros materiais que, sob certas condições de uso podem ser nocivos à saúde, como cobre, sílica, combustíveis, carvão, álcool, gás, açúcar, sal, gorduras e uma infinidade de outros produtos. Mas, eles são ou não essenciais à sociedade? O fundamental é que o desenvolvimento do controle de riscos permite o seu uso e o aproveitamento de seus benefícios, como acontece exatamente com o crisotila.Portanto, ele pode ser usado sim com segurança, em materiais de construção, produtos de fricção, tubulações e outras aplicações industriais, desde que fabricado e manuseado com cuidado, e também porque nestas aplicações, as fibras são envoltas por cimento ou resina, o que impede que se dispersem no meio ambiente.
Diário da Manhã (GO) – Daniel Messac é deputado estadual (PSDB), filósofo e teólogo