14/08/18

Os investimentos na mineração brasileira voltarão a crescer nos próximos cinco anos, demonstra estudo do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). A projeção é atualizada periodicamente e composta de dados fornecidos pelas companhias associadas ao Instituto, responsáveis por cerca de 90% da produção mineral brasileira. Em 2017, a perspectiva era de uma injeção de capital privado da ordem de US$ 18 bilhões para o período 2017-2021; agora, a projeção para o período 2018-2022 é de investimentos de US$ 19,5 bilhões.

Para elevar ainda mais esta projeção, o IBRAM considera que é preciso melhorar o ambiente de negócios no Brasil, em especial, a segurança jurídica para as empresas do setor. Além disso, torna-se fundamental que a sustentabilidade ambiental esteja igualmente no centro do debate nacional em torno do futuro da mineração no Brasil.

Estes assuntos serão discutidos neste dia 15/8, em São Paulo, na Fundação Fernando Henrique Cardoso, durante o fórum “Os Desafios da Indústria Mineral Brasileira”. O Presidente Fernando Henrique Cardoso, a direção do Instituto, os principais executivos de grandes mineradoras, lideranças ambientais, especialistas em economia e comércio internacional, além de autoridades do governo federal irão participar.

A organização deste fórum é da Fundação FHC e do IBRAM. A programação está dividida em três painéis. O primeiro terá início às 14h30 e debaterá o desenvolvimento econômico territorial e as contribuições que a mineração industrial em larga escala pode oferecer ao desenvolvimento econômico de municípios e regiões onde atua. Será coordenado pelo Superintendente Executivo da Fundação FHC, Sérgio Fausto. Participarão o Diretor-Presidente da NexaResources, Tito Botelho Martins Júnior, o Diretor do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Castello Branco, a Pesquisadora do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) Jakeline Pereira, e o Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Vicente Lôbo.

Na visão dos organizadores, esse tipo de discussão é importante para induzir os agentes públicos a planejarem e a realizarem investimentos de longo prazo, de modo a impulsionar o desenvolvimento de outras vocações econômicas nos municípios mineradores.

O segundo painel terá como foco as questões socioambientais relacionadas à mineração industrial em larga escala, tanto no ambiente urbano quanto na natureza. De acordo com Walter Alvarenga, Presidente do IBRAM, um dos grandes desafios do setor é distribuir de forma uniforme os benefícios econômicos para todas as partes interessadas afetadas por suas atividades.

Para enfrentar esse cenário, o setor tem de compatibilizar a competitividade e a sustentabilidade, por meio do aumento da eficiência no uso de recursos e da qualificação da relação com as partes interessadas no negócio. Nesse contexto, as novas tecnologias de apoio à mitigação de impactos socioambientais, estratégias de monitoramento e melhoria na qualidade de estudos ambientais e dados são essenciais. Participarão do painel o Diretor-Presidente da Alcoa World Alumina Brasil, Otávio Cavalheira, o Diretor Executivo de Sustentabilidade e Relações Institucionais da Vale e Presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Luiz Eduardo Fróes do Amaral Osorio, a ex-Ministra do Meio Ambiente,Izabella Teixeira, e o Diretor-Presidente da Fundação Renova, Roberto Waack.

O terceiro e último painel do dia tratará sobre a mineração industrial no planejamento das políticas públicas voltadas ao aumento da competitividade internacional do Brasil.

Rankings de competividade global como o Índice de Atratividade de Investimentos em Mineração, do Fraser Institute do Canadá, classificam o Brasil como o 61º em atratividade, atrás, por exemplo, do Peru, Chile e México. O Doing Businessdo Banco Mundial, que analisa a cada ano as leis e regulações que facilitam ou dificultam as atividades das empresas em cada economia, coloca do o Brasil como 123º dentre 190 economias. O País também vem sucessivamente perdendo posições no ranking global de competitividade do World EconomicForum e chegou à pior posição dos últimos dez anos em 2017.

O painel será coordenado por Ruben Fernandes, Presidente da Anglo American Brasil. Contará com a presença do Diretor de Estratégia, Exploração, Novos Negócios e Tecnologia da Vale,Juarez Saliba de Avelar, do Diretor-Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), João Fernando Gomes de Oliveira, e do Superintendente da Área de Indústria e Serviços do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),Júlio Cesar Maciel Raimundo.

Serviço

Os Desafios da Indústria Mineral Brasileira
Data: 15 de agosto de 2018 – quarta-feira
Horário: 14h às 18h30
Local: Fundação FHC – Rua Formosa, 367 / 6º andar – São Paulo