Pequeno garimpo resiste igual
06/12/06
De Curionópolis (PA)
06/12/2006
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;De forma informal, pequenos garimpos continuam funcionando em Serra Pelada. Na “muntueira”, o morro que surgiu ao lado da cava com o acúmulo de rejeitos, oito garimpeiros conseguem tirar de 100 a 300 gramas de ouro por quinzena. Tiram ouro do cascalho minerado há mais de 20 anos.
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O grupo ainda trabalha seguindo o modelo hierárquico da década de 80. José Alfredo Pereira da Silva, o dono do barranco, garante o combustível para a máquina chupadeira usada no garimpo e o rancho – a alimentação – dos outros sete. Fica com 54% do que é apurado. O gerente, Sebastião Souza Lima, coordena o trabalho e tem direito a 10%. Os “meia-praças”, que fazem o trabalho mais pesado, ficam com 6% cada um.
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Antônio Barros Ferreira, um dos “meia-praça”, diz que chega a fazer uma renda de R$ 700 por mês, nos meses de boa sorte. Nada mal para uma região onde falta emprego e a maior parte da população depende de benefício do INSS ou do Bolsa Família. Os oito garimpeiros ainda não conseguiram nenhum “bamburro” – um grande volume.
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Outros grupos cavam buracos, escorados por pedaços de madeira, à beira do lago que surgiu sobre a cava do antigo garimpo. Tentam atingir os veios subterrâneos. As chances de sucesso, sem maquinário apropriado, são mínimas. E os riscos de acidentes, enormes. (IM)
Ivana Moreira – Valor Econômico