PARTICIPAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
24/01/08
Municípios crescem com a Vale
Presença da mineradora chega a triplicar o crescimento econômico municipal
A Vale recebeu relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontando que, nos municípios onde a mineradora atua, o PIB per capta cresceu bem acima da média nacional. No Pará, esses municípios tiveram crescimento de 79,5%, contra 39,1% da média nacional. Canaã dos Carajás, no sudeste do estado, foi considerada uma das campeãs em evolução: subiu mais de duas mil posições no ranking entre 2002 e 2005.
Em Minas Gerais, os municípios com presença da Vale tiveram aumento no PIB per capta de 77,1%. São Gonçalo do Rio Abaixo, município sede da Mina de Brucutu, saiu da 2.991ª posição para a 376ª colocação, registrando crescimento de 346,8% em apenas três anos. Já Ouro Preto cresceu 119,4%, enquanto em Mariana esse índice atingiu 103,5% na comparação com 2002.
O diretor executivo de Assuntos Corporativos da Vale, Tito Martins, destacou que, simultaneamente ao aumento da riqueza nesses municípios, cresceu também o investimento social. “Foram novas unidades educacionais, estradas, infra-estrutura de água e esgoto”, garante, lembrando que isso atraiu mais empreendedores para aquelas regiões. “É assim que entendemos o desenvolvimento sustentável”, afirma, nesta entrevista exclusiva ao MONITOR MERCANTIL.
Os dados revelados pelo IBGE surpreenderam a direção da Vale?
Não. A Pesquisa Nacional de PIB por município apenas confirmou o que vimos apregoando há anos. Permanentemente, fazemos levantamentos estatísticos.
Existe uma crença de que a atividade de mineração seria predatória e não atrairia desenvolvimento…
É justamente o contrário. Quando organizada (o garimpo não é), a atividade mineral contribui muito para o crescimento. A Vale se preocupa que o impacto na região seja positivo, inclusive nos âmbitos social e ambiental. Nossos projetos avaliam não só o que a lei exige, mas com as conseqüências sociais para a região.
De que maneira?
Procuramos verificar quantas pessoas serão mobilizadas em cada projeto. Num município de 5 mil habitantes, às vezes contratamos 3 mil trabalhadores. Então, nos perguntamos como a cidade vai administrar esse excedente; qual será a população futura. É um apanhado sócioeconômico-ambiental, que fazemos para medir impacto de nossa atuação. Podem surgir prostíbulos e aumentar a marginalidade. Algumas ações de cunho social sempre têm que ser feitas para coibir isso.
Pode citar um exemplo?
Pode não haver mão-de-obra capacitada na cidade onde o projeto será implantado e, ainda assim, existir um alto índice de desemprego. Aí atuamos na formação desse contingente, em parceria com entidades como Sebrae, Senai e até Sesc, mesmo a Vale não atuando no comércio, pois nossas atividades vão demandar outras não relacionadas diretamente conosco: padeiros, pintores, horticultores, etc.
O Sebrae é chamado a desenvolver pequenas e médias empresas prestadoras de serviços. São recursos que contribuem para evitar que aquele desenvolvimento econômico seja utilizado de maneira negativa par a região. Temos aplicado cada vez mais em educação, infra-estrutura básica (hospitais, cultura, tratamento com grupos étnicos diferentes). Não investimos apenas dinheiro, mas também tempo e preocupação com a parte social.
E quando a Vale deixa uma região?
Sempre procuramos descobrir outras vocações da região. Um bom exemplo é Itabira, município onde a Vale nasceu. Há 20 anos se dizia que a Vale ficaria somente outros 20 anos na cidade, mas na verdade devemos ficar outros 20 ou trinta ainda. Mesmo assim temos debatido com a sociedade as outras vocações da cidade. O prefeito identificou que ela poderia funcionar como pólo de conhecimento na região. Então, a Vale, a Universidade Tecnológica de Itajubá e a prefeitura buscaram abrir uma filial da universidade. Daqui a 20 anos a cidade terá uma segunda ou terceira vocação implantadas. Há industrias surgindo a partir de nossos fornecedores. Existe sim uma preocupação nossa de que não sejamos o único telhado de vidro na região.
Existe algum exemplo de região em que a Vale já deixou de atuar e foi beneficiada com um projeto semelhante?
Tivemos muito poucos casos de fechamentos de minas. Mas em Águas Claras, em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, identificamos grande potencial turístico. Estamos trabalhando por uma área de lazer na mata de grande riqueza biológica que existe perto da mina, que foi fechada há seis anos e está se formando um lago no buraco. Manteremos a mata que há ali e tem o tamanho da Avenida do Contorno. É uma área de potencial para ecoturismo.
Monitor Mercantil