Paranapanema lucra com alta dos metais
14/11/06
A valorização dos metais não ferrosos continua sustentando os melhores resultados da Paranapanema nos últimos dois anos. Holding do setor mineral controlada pelos fundos de pensão liderados pela Previ, a empresa fechou o terceiro trimestre com lucro consolidado de R$ 54 milhões, contra prejuízo de R$ 5,1 milhões no mesmo período do ano passado. O acumulando até setembro foi de R$ 166,5 milhões de ganhos, contra R$ 1,3 milhão nos nove primeiros meses de 2005. A receita líquida do grupo atingiu no trimestre R$ 1,08 bilhão e, de janeiro a setembro, R$ 3,04 bilhões. No mesmo período do ano passado, os números foram de R$ 691,4 milhões e de R$ 2 bilhões, respectivamente.
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Para Geraldo Haenel, presidente do grupo, o bom resultado decorre da produção e vendas maiores, além dos preços das commodities, que continuam elevados. As exportações de vergalhão, catodo e produtos finais de cobre somaram US$ 843,2 milhões até setembro, 105% acima do alcançando em igual período de 2005.
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A volatilidade das cotações dos metais, com ligeira queda do preço do cobre no terceiro trimestre, levou a um resultado menor da Paranapanema ante os números do segundo trimestre, quando apresentou seu melhor balanço. Entre abril e junho, a empresa havia lucrado R$ 103 milhões.
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Dentre as quatro empresas da holding – Caraíba Metais, Eluma, Cibrafértil e Taboca/Mamoré – , a Caraíba permaneceu com o melhor resultado. A empresa, que produz catodo e vergalhão de cobre e ácido sulfúrico, faturou US$ 735,9 milhões até setembro e US$ 264,8 milhões no trimestre.
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A receita líquida da Caraíba alcançou R$ 2,4 bilhões até setembro e R$ 849,1 milhões, no trimestre. O desempenho da Eluma também foi bom, com produção 22,3% maior ante o terceiro trimestre de 2005. Com demanda doméstica reduzida por conta do alto preço das commodities, a Eluma, que fabrica produtos finais de cobre, exportou mais no período, faturando R$ 530 milhões no acumulado do ano. Seu lucro líquido foi de R$ 48,2 milhões até setembro e de R$ 8,8 milhões no trimestre, quando registrou queda de 5,9% ante o mesmo período do ano passado.
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A Mineração Taboca/Mamoré, divisão de estanho, fechou o trimestre com prejuízo de R$ 17,1 milhões e no acumulado até setembro de R$ 63,6 milhões. No mesmo período de 2005, o prejuízo tinha sido de apenas R$ 3,2 milhões. Apesar da alta da cotação do mineral (cuja cotação média nos nove primeiros meses do ano foi de US$ 8, 2 mil a tonelada), houve redução das vendas físicas. Além disso, a valorização do real levou a uma queda de 40,3% na receita líquida entre os trimestres e de quase 50% na comparação dos nove meses acumulados até setembro. A Paranapanema gastou R$ 58,3 milhões pagando seus debenturistas até setembro.
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No trimestre, o pagamento foi de R$ 17,9 milhões. Haenel conclui a reestruturação societária da companhia até o final do ano, quando os debenturistas poderão se tornar sócios da holding, melhorando sua performance de resultados.
Valor Econômico