Paranapanema eleva produção com garantia de sua cliente Glencore
21/12/06
Lucas Telles
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Um contrato de fornecimento de cobre e estanho com a trading suíça Glencore garantirá a obtenção de recursos para a expansão da mineradora Paranapanema . O grupo, que está finalizando o plano para pagar uma dívida de US$ 1,2 bilhão, captou US$ 125 milhões do Banco Standard , para financiar o aumento da capacidade de produção. ?O contrato com a Glencore funcionou como uma garantia para o nosso empréstimo, antes que acertássemos o plano de eliminação da dívida?, diz Geraldo Haenel, presidente da Paranapanema.
Do total obtido, US$ 85 milhões estão disponíveis para a expansão da divisão Caraíba, produtora de cobre eletrolítico. A Paranapanema fornecerá 19 mil toneladas anuais do produto, por cinco anos, à Glencore, em troca da garantia. ?No final, este volume vale mais que o valor obtido, mas é uma boa forma de captarmos recursos?. Até o segundo semestre de 2009, a produção da Caraíba deve passar de 220 mil para 280 mil toneladas, com um aporte total de US$ 110 milhões, na planta instalada no pólo industrial de Camaçari. Atualmente a divisão está desenhando o projeto para a expansão.
No caso da divisão Mamoré Taboca, a Paranapanema fornecerá 3 mil toneladas anuais de estanho, também por cinco anos. O acordo permitiu garantia de US$ 40 milhões, para um projeto total de R$ 140 milhões. A Paranapanema já aplicou parte dos recursos, para iniciar o processo de extração de minério a partir de rochas e abandonar a coleta de leito de rio. A partir de abril de 2007, a empresa também elevará sua capacidade de 7 mil para 10,5 mil toneladas de estanho por ano.
A parte restante dos recursos está sendo obtida com a própria geração de caixa das divisões, diz Haenel. Outros R$ 6 milhões foram usados este ano para o ?desgargalamento? das divisões Cibrafértil e Eluma.
O plano de liquidação da dívida da Paranapanema, assinado com credores na noite da última terça-feira, prevê a entrada do grupo no Novo Mercado. Na primeira etapa, a holding converterá debêntures no valor de R$ 200 milhões em ações, e pagará mais R$ 200 milhões aos credores, obtidos a partir da geração de caixa das divisões. Na segunda etapa, prevista para os primeiros meses de 2007, o grupo deve lançar R$ 400 milhões em ações no Novo Mercado, e converter mais R$ 400 milhões de debêntures a ações. A operação foi assinada com os próprios credores, a Previ, Sistel, Aerus, Petros e o BNDES, que são também os próprios acionistas. A reestruturação societária deve levar até nove meses.
DCI