Pará recebe US$ 21,2 bi em projetos
03/03/11
Mina de Carajás terá capacidade ampliada em 30 milhões de toneladas com investimento de R$ 2,27 bilhões
A paraense Parauapebas nasceu por causa da mineração. Peba, como é chamada por seus moradores, surgiu como vilarejo durante a instalação da Estrada de Ferro Carajás (EFC) pela então estatal Vale do Rio Doce, nos anos 1980. Agora, após superar a marca de 101 milhões de toneladas de ferro produzidas pela Vale em 2010, a cidade recebe R$ 2,27 bilhões emprojeto da mineradora para adicionar mais 30 milhões de toneladas à capacidade da Mina de Carajás.
O montante é uma parte dos US$ 21,2 bilhões previstos para o Pará pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) para o período de 2011 a 2015. O Pará lidera a perspectiva de investimento do setor mineral, a despeito de ser o segundo maior produtor do país, atrás de Minas Gerais. O estado encostou pela primeira vez na previsão de aportes estimados paraMinas, que receberá US$21,8 bilhões no mesmo período. Para Miguel Nery, diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o avanço de pesquisas geológicas e a previsão de projetos tendem a colocar os dois estados lado a lado em produção.?OParáéhojeaprincipal fronteira mineral do país em razão de suas grandes reservas. E pode se aproximar de Minas?.
A lista de projetos previstos para o Pará inclui iniciativas como a da canadense Colossus Minerals em Serra Pelada. Passa pelo aporte de US$ 4,3 bilhões da AngloAmerican para explorar níquel emSão Félix do Xingu e pela conclusãodonúcleode bauxitada Alcoa em Juruti, para o qual serão destinadosUS$ 300 milhões.Sem contar os aportes de mineradoras como aMRNe a Mineração Caraíba, que juntas investem US$ 565 milhões no norte paraense. ?O setormineralda regiãoamazônica vai recebermaisde US$26bilhões até 2015?, diz o economista doIbramemBelém,AndréReis.
Entre os atrativos do Pará está o fato de o estado ter grande área geográfica, baixo índice populacional e, no caso do minério de ferro, hematita com teor médio de 60%de ferro concentrado. Segundo o Ibram, o minério itabirítico de Minas Gerais teria teor médio de 50% de ferro. O estado ainda detém 85% dos depósitos comprovados de bauxita no país. Além de 83% do cobre e 42% do ouro sob solo brasileiro.Não à toa, gigantes globais como Codelco, Rio Tinto e Xstrata desenvolvem pesquisa em cidades como Bannah, Paragominas e Xinguara.
Aumento de renda
Ovolume de recursosmovimentando na economia local alimenta a expectativa de pessoas como o taxista Antônio Pereira. Ele conseguiu licença para operar no ponto que será instalado no primeiro shopping center de Parauapebas? umprojeto de R$ 46 milhões das construtoras WTorre e Premium Engenheria. A aposta de Pereira inclui a compra de uma Palio Weekend por R$ 36 mil, que pretende pagar com um rendimento mensal de R$ 5 mil. ?A gasolina aqui é cara, mas se eu fizer dois turnos com outro taxista dá para tirar uns R$ 8 mil pormês?, afirma.
Assim como 70% da população local, Pereira migrou do Maranhão embusca de trabalho em Parauapebas. De 2000 e 2010, o número de moradores de Parauapebas dobrou, chegando a 153 mil pessoas. No entanto, o sonho de uma vida melhor ainda não se concretizou para todos. No ano passado, o município recebeu R$ 230 milhões em royalties e, em 2008, movimentou R$ 6,6 bilhões. Mesmo comPIB per capita de R$ 45,2 mil em2008, documento do Ministério Público do Pará identifica que 31,2 mil moradores vivem abaixo da linhadaprobreza.
Brasil Econômico