Pará quer compensação para preservar floresta
27/02/08
A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, quer que o Estado receba `compensação` como `pagamento de serviços ambientais` para a preservação da floresta amazônica. Segundo a governadora, a estimativa é de que combate ao desmatamento ilegal trará um impacto de R$ 2,5 bilhões na economia do estado. Para Ana Júlia Carepa, `não basta aplaudir` as ações de controle ? manter a `floresta em pé` é um compromisso de toda a população brasileira. A governadora disse não ter uma proposta de compensação, mas considerou que a discussão sobre um `novo modelo de desenvolvimento` pode ser feita no âmbito da reforma tributária e cotejar aumento de repasse de recursos aos municípios e de programas de renda mínima, como o Bolsa-Família. `Nós temos que substituir esses R$ 2,5 bilhões. Nós vamos procurar apoio do governo federal e queremos colocar essa discussão para o país, porque no estado do Pará nossa ação está contribuindo para o país inteiro e para o mundo inteiro`, disse.
A governadora disse estimar que 100 mil pessoas sobrevivam no estado da exploração de madeira e carvão. E precisar de recursos para atender desempregados, reorientar atividades produtivas na agricultura e promover a recomposição florestal. Em Brasília, hoje (25), ela participou da solenidade de lançamento do programa Territórios da Cidadania ? 57 municípios paraenses receberão neste ano R$ 1,22 bilhão. O secretário estadual de Meio Ambiente, Valmir Ortega, prometeu que o combate ao desmatamento se estenderá por todo o ano e atacará focos de destruição da floresta nas regiões sul e sudeste do Pará, ao longo da Rodovia Transamazônica e da BR-222. `A idéia é desenvolver uma ação de pelo menos um ano, com foco inicial nos 12 municípios que são aqueles com o maior índice de desmatamento`, disse. O combate ao desmatamento será nos municípios de Altamira, Brasil Novo, Cumaru do Norte, Dom Eliseu, Novo Progresso, Novo Repartimento, Paragominas, Rondon do Pará, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e Ulianópolis. O secretário anunciou ainda que até o final do ano os governos estadual e federal deverão licitar 1,5 milhão de hectares para a concessão florestal. Plano é tornar o desmatamento atividade antieconômica O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou nesta segudna-feira (25) que a operação de combate ao desmatamento na Amazônia terá efeitos imediatos sobre a derrubada da floresta. ?A diminuição [do desmatamento] começa imediatamente, porque lá, de certa forma, havia um vácuo da presença do Estado?. O ministro admitiu, porém, que a redução da atividade de extração de madeira ilegal é sempre lenta. ?Lastimavelmente isso é uma atividade econômica que se comunica com determinada necessidade de sobrevivência da população da região?, disse, acrescentando que o governo do estado deve desenvolver políticas públicas que ofereçam uma saída para a população.
Genro garantiu que a Polícia Federal vai permanecer na área, e que o governo tem um plano de estabelecer naquela região dez ou 12 postos permanentes da Polícia Federal para estrangular as vias de transporte da madeira colhida ilegalmente. A intenção do governo, segundo o ministro, é que a ação da Polícia Federal torne o desmatamento uma atividade antieconômica. ?Não adianta eles abaterem porque não vão poder transportar. Nós estamos presentes naqueles pontos-chave, através dos quais as madeiras passariam para sua comercialização?, afirmou. O ministro disse que espera implantar os primeiros postos da PF na Amazônia para coibir a ação das madeireiras ilegais ainda este ano. Genro disse que os postos irão combinar uma ação permanente, articulada com os fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e se necessário com cobertura da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança. ?Serão postos bem equipados, com capacidade de intervir fortemente na região. E sob o comando da Polícia Federal, que é a polícia da União destinada a coibir esse tipo de delito?.
Agência Brasil