Pará: produção mineral cresceu 33% em 2008
16/03/09
Ana Célia Pinheiro
Da Redação
O valor da produção mineral paraense explodiu entre 2007 e 2008: o crescimento atingiu 33,32%, ou quase 370% a mais que o incremento de 2006 para 2007, que ficou em 7,2% – um recorde no período. Esse crescimento de 33,32%, que já é considerado o maior da década, deveu-se ao aumento da quantidade exportada, mas, principalmente, à valorização dos preços dessas commodities no mercado internacional. Os dados são do 5º Distrito do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), divulgados com exclusividade para O LIBERAL.
Cobre, ouro, manganês, caulim, calcário, bauxita, quartzo, água mineral e minério de ferro foram os principais bens minerais comercializados pelo Pará. Foram quase R$ 11 bilhões, em 2008, contra os R$ 8,2 bilhões alcançados no ano anterior. O destaque foi o minério de ferro, que respondeu, sozinho, por 58,47% do valor alcançado por esse leque de produtos. Vieram a seguir o cobre (com 12,79%), a bauxita (11,86%) e o manganês (10,22%).
No caso do minério de ferro, a quantidade comercializada cresceu 19,86%, alcançando mais de 96,4 milhões de toneladas. O valor de comercialização subiu 32,99% – um incremento, no entanto, bem inferior ao registrado pelo manganês, que ficou em 312,03%. Em números relativos, o manganês também ultrapassou o minério de ferro, quanto à margem de crescimento da quantidade comercializada: foram 33,40% a mais no ano passado, em relação a 2007, ou mais de 1,86 milhão de toneladas. Nesse ranking, o segundo lugar ficou com o caulim, que vendeu uma tonelagem 19,67% maior que no ano anterior.
Um dado curioso revelado pelos números do DNPM é o vigoroso crescimento das exportações minerais paraenses no mercado nacional: nada menos que 41,78%, ou quase quatro vezes o incremento do mercado exterior. Já o valor das exportações dos cinco principais bens minerais paraenses (ferro, cobre, caulim, ouro e manganês), para ambos os mercados, fechou 2008 em mais de R$ 9 bilhões – um incremento superior a 50%, em relação a 2007.
Os impostos gerados por essa massa de mercadorias também foram expressivos. Só de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias (ICMS) foram mais de R$ 84 milhões, sem falar na CFEM, a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais. Outro dado importante é que a análise da comercialização dessas commodities, ao longo do ano passado, revela um pico no mês de setembro e uma queda a partir do mês seguinte, a coincidir com a eclosão da crise econômica mundial. No entanto, mesmo em queda – num patamar que se manteve estável, até o final do ano, em cerca de R$ 900 milhões/mês -, esses valores ainda foram mais expressivos que os registrados nos primeiros cinco meses do ano de 2008.
Entre 2002 e 2007, o crescimento médio anual do valor da produção mineral paraense ficou em 26%. Antes da crise, informa o chefe do 5º Distrito do DNPM, Every Aquino, a previsão era de investimentos superiores a U$ 38 bilhões e geração de mais de 70 mil empregos, decorrentes da mineração, até 2012, em todo o estado do Pará. A maior parte desses investimentos e postos de trabalho beneficiaria o Sudeste do Pará (U$ 31,1 bilhões e 47.200 mil empregos), região que concentra os principais projetos do setor. São doze ao todo, dez deles ligados à Vale, que responde por 95% do valor de comercialização dos principais minérios paraenses (ferro, cobre, bauxita, manganês, ouro, caulim). Com a crise, pondera Every, será preciso rever essa expectativa de crescimento, o que só deve acontecer no segundo semestre, quando o cenário internacional estiver menos nebuloso. No entanto, acredita, o setor mineral deverá crescer, no mínimo, 26% – ou seja, a média anual de antes da explosão do ano passado. Se isso acontecer de fato, o valor da produção deverá voltar, segundo Every, ao patamar de R$ 8 bilhões.
O Liberal – PA