26/11/09

O ouro desafia as expectativas de uma correção e mantém a trajetória de alta hoje, renovando a máxima histórica no mercado à vista, à medida em que o dólar se enfraquece e as preocupações de bolhas inflacionárias em ativos aumentam.
O metal precioso, tradicionalmente visto como hedge contra inflação, atingiu o recorde de alta de US$ 1.180,10 a onça troy no spot, estendendo o rali que começou a ganhar fôlego há um mês. Entre os motivos que dão impulso hoje está a notícia de que a Índia está aberta a comprar mais ouro do Fundo Monetário Internacional.
Às 8h28 (de Brasília), o ouro spot subia 0,01%, a US$ 1.177,60 a onça troy. Na Comex eletrônica, o ouro para dezembro saltava 1,03%, a US$ 1.177,6 a onça troy. O jornal Financial Chronicle divulgou ontem à noite a informação sobre a Índia, citando uma autoridade do governo não identificada.
O Reserve Bank of India não respondeu às solicitações de comentários do jornal e o FMI também declinou comentários ao ser perguntado se a Índia negociava a compra de mais ouro do órgão. Em novembro, a Índia comprou 200 toneladas de ouro do FMI. O fluxo de investidores para o ouro já havia sido reforçado ontem com a ata do Federal Reserve, que revelou um crescente desacordo entre os membros sobre o fato de que o banco central vai prestar pouca atenção às preocupações sobre bolhas de ativos.
Tendo reiterado a promessa de deixar os juros baixos por um ?período prolongado?, a ata mostrou que alguns membros temem que ?tal postura política ?pode levar a riscos excessivos nos mercados financeiros ou a um descolamento das expectativas de inflação?. A decisão de manter o juro tão baixo e o nível de liquidez tão elevado é uma boa notícia para o ouro.
?Os preços de ouro podem se beneficiar tanto na subida, como hedge para inflação enquanto bolhas se formam em outros ativos, quanto na queda, como porto seguro contra renovadas turbulências financeiras que seriam causadas pelo estouro dessas bolhas?, disse Julian Jessop, da Capital Economics.
Os ganhos do ouro superam outras commodities, especialmente o petróleo, que está agora perto do nível de US$ 76 por barril. Isso contrasta com a suposição comum de que um dólar mais fraco é sinônimo de alta de ouro e petróleo, e sugere que o metal precioso ?está viajando sozinho?, disse Francisco Blanch, do Merrill Lynch.
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Agência Estado / Brasil Infomine