Ouro atrai cobiça a território calunga
03/08/07
É cada vez maior o interesse de empresas mineradoras no subsolo goiano ? inclusive multinacionais. A exploração de riquezas escondidas expõe a riscos o meio ambiente, inclusive em regiões protegidas, como a Chapada dos Veadeiros e áreas quilombolas, no norte de Goiás, onde o ouro é um dos minérios mais cobiçados. Na última década, o número de requerimentos de pesquisa, primeiro passo rumo à extração, cresceu significativamente nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás, Colinas do Sul e Monte Alegre de Goiás, entre outros. Em cinco anos, o número de autorizações de pesquisas, para diversos tipos de minérios, passou de uma, em 2001, para 50, em 2006, no município de Cavalcante, conforme informações do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em Goiás. Além do ouro, há solicitações para pesquisar a presença de titânio, quartzo e manganês, entre outros minérios. A exploração de minérios numa região pode potencializar os impactos da extração no meio ambiente. O que não deve ocorrer, segundo o Diretor de Qualidade da Agência Ambiental em Goiás, Roberto Freire. Ele argumenta que, realizada conforme critérios estabelecidos pelos órgãos competentes, a extração pode ter seu impacto reduzido. Existem impedimentos legais para atividades de mineração em unidades de conservação e parques, como o da comunidade calunga, na região da Chapada dos Veadeiros. Contudo, segundo informações do DNPM, não existem títulos de pesquisa ou de lavra na área pertencente ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. No caso da reserva calunga, o chefe do Distrito do DNPM em Goiás, Denílson Martins Arruda, explica que não é possível precisar se os requerimentos ou autorizações de pesquisa atingem as terras destinadas aos quilombolas em razão da falta de mapas com a demarcação da área. O órgão aguarda resposta a solicitação feita ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para esclarecer esses limites.
O Popular – GO