23/05/10

Que riquezas guarda o Maranhão no subsolo de suas plataformas terrestre e marítima? Temos petróleo, gás, ouro, titânio, bauxita, rochas e areias especiais, como acreditamos? Em caso positivo, por que não exploramos esses tesouros ocultos da terra em benefício do Estado e do povo maranhense?
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Lamentavelmente, qualquer política pública destinada ao incremento do setor mineral no Maranhão defronta-se com sério obstáculo: a ausência de estudos e diagnósticos que a orientem. Desde o século XVII, quando o capitão português Simão Estácio da Silveira publicou a sua Relação Sumária das Cousas do Maranhão, fala-se da existência de minerais preciosos no território estadual, mas até hoje, 400 anos depois, ignoramos as riquezas que podem estar sob os nossos pés.
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À frente do Ministério de Minas e Energia, procurei suprir essa deficiência histórica. Determinei que se iniciasse o levantamento, avaliação e diagnóstico das principais cadeias produtivas da base mineral do Estado do Maranhão, considerando as suas variáveis geológicas, econômicas e ambientais, bem como a definição de critérios de sustentabilidade para o desenvolvimento dos empreendimentos minerais no Estado. Em outra frente de luta, autorizava a ampliação dos estudos e prospecções da ocorrência de gás e petróleo em toda a costa maranhense, enquanto pavimentava o caminho para a viabilização da construção, no Estado, da maior refinaria de petróleo do Brasil.
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A mineração é uma grande fonte de riqueza e instrumento de desenvolvimento econômico social em todo o mundo. O Maranhão, não obstante as evidências de que possui grandes recursos minerais em seu subsolo, não conhece suficientemente o setor. Foi por isso que, no ano passado, autorizei o completo levantamento do nosso potencial minerário, como parte do Programa de Políticas Setoriais do Ministério de Minas e Energia.
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Entre outros projetos de mapeamento geológico e levantamento aerogeofísico em execução no Maranhão, podemos destacar os seguintes:
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– Elaboração do Mapa Geológico do Maranhão – instrumento fundamental para o conhecimento de nossas potencialidades e a definição de investimentos no setor mineral;
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– Levantamento aerogeofísico do Gurupi, onde o foco prospectivo são minerais metálicos, principalmente o ouro;
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– Projeto Vizeu-Carutapera, de pesquisa de ouro na plataforma submersa, em área equivalente a 6 mil quilômetros quadrados;
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– Avaliação dos Granulados Marinhos do Maranhão (Granmar), para mapear recursos minerais marinhos com aproveitamento econômico expressivo;
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– Mapeamento geológico de Imperatriz, visando ocorrência de zeolitas;
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– Projetos Cândido Mendes e Centro Novo do Maranhão e Carutapera, de Mapeamento Geólogico, para estudo de potencial aurífero;
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– Cadastramento de fontes de abastecimento de água nas regiões Norte e Sul do Maranhão.
Além desses, consegui, ainda como ministro, incluir na nova edição do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) os seguintes projetos: Estudos do Polo Gesseiro de Codó, Grajáu e Bacia do Parnaíba; Projeto Fosfato Brasil, para o estudo da ocorrência e jazidas de fósforo (fosfato aluminoso) na região costeira, na divisa com o Pará; e a avaliação do potencialidade de calcário no Estado, para conferir o potencial da ocorrência de rochas como fonte de material para a construção civil.
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A produção mineral do Maranhão, que hoje se resume praticamente à extração de areia, argilas, água mineral, calcário, caulim, gipsita, rochas britadas e cascalho, tem um enorme potencial para a produção de bauxita, ouro, areias industriais, zeólita e outros bens minerais, que dependem de pesquisas geológicas, como as que determinamos fossem feitas, para ser melhor conhecidas e dimensionadas.
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A exemplo de Minas Gerais e do Pará, o Maranhão poderá ser, muito em breve, uma importante província mineral, com o desenvolvimento de uma atividade potencialmente geradora de emprego e renda para o nosso povo, quando, então, as riquezas do nosso subsolo deixarão de ser apenas uma miragem de exploradores do século XVII, para ser uma realidade transformadora da vida de milhões de pessoas.
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O Estado do Maranhão