O setor mineral merece respeito
02/06/08
Hoje, 31 de maio é o Dia do Geólogo. Profissão em evidência. O Brasil se destaca no cenário de fornecedor mundial de matéria-prima. A Vale está no topo, dentre as grandes empresas de mineração. A Petrobrás é destaque no contexto da auto-suficiência e na tecnologia de off-shore. No Ceará, o gigante governador Virgílio Távora criou a Ceminas. O guerreiro ministro César Cals, das Minas e Energia implantou o DNPM e a CPRM.A Ceminas foi extinta. O Governo do Estado do Ceará precisa fortalecer a mineração, com uma estrutura organizacional mais pujante, uma vez que a riqueza do subsolo, ainda, é pouco conhecida e carente de pesquisas e recursos. Aqui, após anos de descaso com a mineração, cujo eixo foi desnorteado, com programas emergenciais, carece de uma decisão mais agressiva, por parte do Executivo, a exemplo dos Estados citados. A recente criação da Agência de Desenvolvimento do Ceará-Adece tentará resgatar a importância do setor mineral, mas devido ao amplo espectro dos seus objetivos terá que mostrar resultados. A mineração é tão especifica, que somente uma empresa bem estruturada poderá mostrar a importância para o Setor, com pesquisas e novas descobertas de jazidas, evitaria especulações e de notícias sem uma base segura de informações, a exemplo das recentes sobre as jazidas de ferro, que precisam ser confirmadas. Caso o Estado do Ceará disponibilizasse de um órgão específico, seguramente as autoridades teriam fontes mais seguras, quando da divulgação. A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva Mineral vinculada à Adece, que pretende preencher este hiato de tempo, em que o setor esteve órfão, onde participam dezenas de instituições, órgãos, entidades de classe, com muitos temas e notáveis profissionais, certamente, percorrerão um caminho mais longo. Urge, sim, algo mais direcionado. Vale registrar as audiências públicas do geólogo deputado Dedé Teixeira, que receberam contribuições valiosas para o Setor. No entanto, uma mensagem do executivo com tanta base aliada, a exemplo do estadista Virgílio Távora, de forma rápida e séria criou a Ceminas, que por motivos políticos foi sendo lentamente sucedida e extinta. Está na hora, visto o País viver o boom mineral, de pensar grande e fazer jus ao subsolo cearense, tão rico em rochas ornamentais, gemas, calcário, argila, urânio, fosfato, dentre outros minérios bem como para descobrir de forma mais segura os bens minerais que estão adormecidos. Os municípios cearenses carecem de um melhor acampamento no zoneamento do uso e ocupação do solo, cujos recursos minerais em atividade resultariam na mineração organizada e, por conseqüência, alavancaria uma melhor participação do homem do campo no aspecto socioeconômico, sem esquecer a participação de todos no desenvolvimento do Estado de forma harmônica com o meio ambiente. Para isto já existe a Semace, que vem atuando de forma hercúlea, mas que precisa ser descentralizada para atender de forma mais célere todas as regiões do Ceará.ALEXANDRE CARNEIRO FILHOGeólogo. Ex-DNPM, atual Conselheiro do Crea/CE, Consultor Ambiental, com Especialização na França e Alemanha
O Povo – CE