14/04/22

Os minerais possuem um papel fundamental na transição para um futuro de economia de baixo carbono. Eles são cruciais para a forma como a energia é gerada, transportada, armazenada e utilizada. A temática foi amplamente debatida durante o seminário “Minerais estratégicos para a transição energética” ocorrido nesta quinta-feira (14/11). O encontro virtual foi promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI).

A transição energética está se materializando e vai necessitar de um grande volume de minerais estratégicos. Para o diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Julio Nery, o Brasil tem enormes desafios a superar para aproveitar a oportunidade desse novo mercado que está se abrindo. “Precisamos de mecanismos para desenvolver, de forma efetiva, o conhecimento geólogo brasileiro. A mineração trabalha com uma escala adequada do mapa. Atualmente, apenas 3% do país é mapeado em uma escala de 1:50.000 e cerca de 26% do território são conhecidos geologicamente na escala de 1: 100.000”, explica.

Julio ressaltou que apenas 0,6% do território brasileiro é explorado pela mineração brasileira. “Mesmo utilizando pequena parcela do território, temos conseguido uma rentabilidade importante para o nosso país. No último ano tivemos um saldo mineral que foi equivalente a 80% do saldo das exportações brasileiras”, analisa. Segundo ele, é necessário melhores mecanismos de financiamentos brasileiros para obtermos mais investimentos em pesquisa mineral e efetivamente o Brasil aproveitar essa janela de oportunidades desse mercado de transição energética.

seminário “Minerais estratégicos para a transição energética” – crédito: divulgação

O dirigente do IBRAM ainda lembrou que o Instituto e seus associados trabalham arduamente em prol de uma atividade sustentável de acordo com uma agenda ESG (sigla em inglês para ações relacionadas à área ambiental, social e governança), a qual é organizada por 12 grupos de trabalhos voltados a desenvolver métricas e metas para proporcionar uma mineração ainda mais sustentável e responsável no Brasil.

Julio Nery finalizou sua participação reforçando o discurso da importância de desenvolvimento do potencial geológico brasileiro e a necessidade de se atingir um alto nível de segurança jurídica para os projetos em operação conseguirem se concretizar e, inclusive, reduzir o tempo para sua entrada no mercado efetivo.

Participaram do debate Jorge Camargo, vice-presidente do CEBRI, Rafaela Guedes, sênior fellow do CEBRI e gerente executiva de responsabilidade social da Petrobras, Gregório Araújo, pesquisador sênior do CEBRI e gerente de reflorestamento e projetos ambientais da Petrobras, Carlos Cesar Peiter, pesquisador colaborador do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), Edson Ribeiro, diretor de exploração e projetos minerais da Vale e Esteves Pedro Colnago, diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Todos concordaram que o Brasil possui uma necessidade de investigar os potenciais geológicos e que possui um vasto potencial para o mercado de minerais estratégicos e poderá se tornar um produtor confiável e líder na mineração sustentável.