O dono da mina
12/09/08
12 de setembro de 2008 | N° 15724AlertaVoltar para a edição de hoje
O dono da mina
Castigados pela alta exagerada no preço dos fertilizantes, produtores brasileiros resolveram reagir. Em diferentes regiões do país, iniciativas que extrapolam os limites da porteira se multiplicam na busca de preços mais baixos ou força para negociar.No Paraná, cooperativas estão formando um consórcio que pretende driblar a dependência internacional dos fertilizantes. Em um primeiro momento, esses agricultores ganham envergadura para barganhar preço. Tudo indica, porém, que a intenção é trabalhar em projetos concretos, desde investimento em tecnologia ao escoamento da safra. Em Mato Grosso, a saída encontrada é até mais direta. Um grupo de produtores encaminhou ao Ministério de Minas e Energia pedido de autorização para investir em mineração. Mais do que o produto final, esse grupo quer explorar a matéria-prima dos insumos, assegurar o abastecimento e também lucrar com um mercado promissor.São iniciativas que revelam um novo tempo no campo. Profissionais do agronegócio, esses produtores estão cansados de esperar uma medida milagrosa de Brasília e se jogaram na batalha. Conscientes dos limites do poder público e da vontade política, resolveram não mais concentrar toda expectativa no governo. Em resumo, deixaram o choro de lado. Até porque o preço dos fertilizantes está bem mais ligado às tendências internacionais de mercado do que aos plano de safra do Ministério da Agricultura.É bem verdade que o Planalto elegeu a produção de fertilizantes como uma das prioridades, tanto que impediu a Petrobras de vender uma mina de silvinita – da qual se extrai potássio – para investidores do Canadá. O problema é que os efeitos da ação pública demoram, e todo mundo sabe que lavoura não espera.carolina.bahia@zerohora.com.br
Zero Hora – RS