Novo Mercado do cobre
15/12/11
Depois 30 anos com ações negociadas na bolsa, a Paranapanema decidiu entrar no Novo Mercado, o nível mais alto de governança da BM&FBovespa.
A iniciativa coincide com o momento de conclusão de uma longa fase de reestruturações de gestão, financeira e de negócios e se prepara para crescer, um plano que inclui aquisições.
Ontem, o conselho da companhia se reuniu e assinou a autorização final para seu ingresso no Novo Mercado. Essa definição seguiu o processo de conversão de todas as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) em ordinárias (ON, com direito ao voto), concluído em 2010. Em abril do ano passado, a empresa realizou a adaptação do estatuto social para 100% de ações ordinárias.
O próximo passo é a aprovação oficial do processo pela BM&FBovespa. “Faz muito tempo que temos esse plano. No início de 2012, teremos o status do Novo Mercado. Isso representa o cumprimento de um compromisso da companhia com os seus acionistas”, disse ao Valor Luiz Antônio Ferraz Júnior, presidente da Paranapanema.
A empresa tem registro na bolsa desde 1971. Na década de 80, quando dominava o mercado de estanho brasileiro, era uma “blue chip”, figurando entre as preferidas do então incipiente mercado de capitais. Pressionada por um grande passivo, no entanto, deu início a um forte plano de reestruturação que culminou em 2008 com a venda da mina produtora de estanho Taboca para o grupo peruano Minsur.
A Paranapanema está no Nível 1 da bolsa, que supõe a adoção de regras menos rígidas de transparência e menor poder de decisão dos acionistas. O Novo Mercado já estava nos planos da companhia desde 2006, mas percalços econômicos e jurídicos acabaram travando a conclusão do processo. “Esse é um bom momento. Condiz com a nossa estratégia, e devemos atrair investidores”, disse.
As condições que envolvem a evolução em governança – ter maior transparência, dar maior proteção do acionista minoritário e ter capital social composto exclusivamente por ações com direito a voto – podem ajudar a valorizar as ações da empresa. Mas o ponto crucial é possibilidade de pulverização do controle acionário, com a atração de investidores institucionais e individuais, e a consequente criação de alternativas de fontes de financiamento para crescimento.
Hoje, quase 40% das ações da empresa estão no mercado. Cerca de 50%, por sua vez, estão nas mãos dos fundos Previ e Petros e do BNDES, juntos. A companhia tem uma base acionária de mais de 10 mil acionistas e tem um total de 319,2 milhões de ações ordinárias.
“Entramos no Novo Mercado com nova roupagem. A maior movimentação no mercado de ações será natural”, enfatizou Ferraz.
Valor Econômico