Nova política industrial eleva participação do Brasil nas exportações globais
16/04/08
A nova política industrial, que será anunciada pelo governo nos próximos dias, estabelecerá como meta, na área do comércio exterior, que o Brasil detenha 1,25% do comércio internacional em 2010, contra os atuais 1,14%. A informação foi dada nesta terça-feira pelo secretário de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral. Com a meta, as exportações do Brasil deverão chegar a US$ 220 bilhões por ano em 2010. Barral refutou a tese de que a meta de 1,25% de exportações do cenário mundial seja reduzida ou conservadora. ? Nós tivemos um salto. Há cinco anos, o Brasil tinha só 0,8% do comércio internacional. Nós saltamos em 2007 para 1,14% e queremos chegar a 1,25% em 2010. Parece pouco. Mas isso vai deixar o Brasil entre os 20 maiores exportadores mundiais ? explica Barral. O secretário enfatizou que, para chegar a essa fatia do comércio mundial, o Brasil terá que elevar as exportações até que cheguem a um patamar superior ao de outros mercados. ? E o comércio mundial está crescendo muito. Então, a gente tem um efeito duplicado, que é crescer as exportações e crescer mais ainda que as exportações mundiais. Se nós conseguirmos atingir essa meta, nós vamos ficar à frente, por exemplo, da Suíça e da Suécia, que são exportadores bastante tradicionais ? avaliou. Concorrência Em relação a outros países emergentes, o Brasil enfrenta a concorrência da China, que detém 8% das exportações globais, e da Rússia, com 2,5%. Já a Índia tem 1% dos embarques internacionais, percentual inferior ao do Brasil. Barral abre nesta quarta-feira, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no Rio de Janeiro, o 124º Encontro de Comércio Exterior (Encomex), cujo principal objetivo é estimular a participação de micro e pequenos empresários fluminenses no mercado externo. Segundo ele, o governo quer que a fatia exportada pelas micro e pequenas empresas aumente no próximo ano. ? Temos a meta de aumentar a participação de micro e pequenas empresas para, pelo menos, 4%. E o Estado do Rio de Janeiro, que tem um número muito grande de micro, pequenas e médias empresas, é um fermento importante para promover essa participação ? disse. Hoje, as micro e pequenas empresas têm uma participação de 1,7% no valor exportado pelo Brasil, enquanto as médias empresas alcançam 6,7%. Barral disse que a pauta das exportações brasileiras é diversificada e rebateu as críticas de que se baseie, principalmente, em commodities, bens primários com cotação no mercado internacional, tais como produtos agrícolas e minério. ? A exportação brasileira é muito variada ? afirmou. Produtos A indústria, exemplificou o secretário, tem como principal produto exportado os aviões. Os produtos que se seguem nesta lista são os automóveis, maquinas em geral e tratores. ? Você tem uma diversidade tecnológica e industrial muito grande ? disse Barral. As commodities são o segundo grupo da pauta de exportações e não são exclusivamente produtos básicos, conforme destacou o secretário: ? Não é verdade (que commodities sejam só produtos básicos). Alguns produtos químicos de alto valor agregado são considerados commodities. O terceiro grupo é aquele que engloba produtos com alto grau de inovação, o que, segundo Barral, não diz respeito somente a componente tecnológico. Neste caso, pode envolver também aspectos como marca e design. ? Falando especificamente do Rio de Janeiro, onde há uma exportação expressiva de biquínis, por parte de pequenas e médias empresas, onde a marca e o design são quesitos extremamente importantes ? concluiu.
AGÊNCIA BRASIL
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