Nepal busca parceria no Brasil
18/02/13
BRASÍLIA. Situado na Cordilheira do Himalaia, na região centro-sul da Ásia, entre a Índia e a China, o Nepal estabeleceu relações diplomáticas com o Brasil em 1976 e, desde 2010, quando abriu sua embaixada em Brasília, tem procurado estreitar os laços políticos, econômicos e culturais com o país. No aspecto político, a terra natal de Sidarta Gautama, o Buda, que tem tradições milenares, ainda é uma jovem república que enfrenta o desafio de realizar eleições no próximo mês de maio para, com isso, conseguir preparar sua nova Constituição Republicana.
Já no aspecto econômico, desde que aboliu a monarquia e proclamou a república parlamentarista em 2008, o Nepal adotou uma série de medidas para atrair investimentos internacionais, firmar parcerias em diversas áreas e impulsionar sua balança comercial para lidar com os gargalos do país no que se refere à infraestrutura, à oferta de alimentos e ao enfrentamento da pobreza.
Um quarto da população do Nepal vive abaixo da linha da pobreza. A base da economia do país é a agricultura, que dá sustento a mais de 75% da população e responde por 35% do Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma de todas as riquezas do país). Um dos maiores problemas da nação, que abriga 6.000 rios e as mais altas montanhas do planeta, entre elas o monte Everest, é a falta de investimentos no setor energético. A população nepalesa sofre com constantes apagões e, no ano passado, o governo chegou a decretar um dia a mais de folga durante a semana para minimizar os impactos dos blecautes.
Em meio a esse cenário, o embaixador do Nepal, Pradhumna Bikram Shah, diz que o Brasil tem um grande diferencial competitivo nos setores agrícola e energético e pode contribuir, de forma significativa, para impulsionar o desenvolvimento do Nepal. Atento ao desempenho da economia brasileira nos últimos dez anos, à projeção internacional do Brasil na agenda política internacional e, sobretudo, à força dos Brics (bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o embaixador Pradhumna Bikram Shah ressalta que o Nepal é um país seguro para investimentos, tem inúmeros aspectos em comum com o Brasil e pode se tornar rentável.
O Tempo