Multi-stakeholders debatem o papel da mineração como catalisadora do desenvolvimento regional
04/10/18
Workshop Multi-stakeholder – crédito: divulgação
Desenhar a mineração do futuro. Esse foi o pensamento que reuniu representantes de empresas mineradoras, de Organizações Não Governamentais (ONGs), de povos indígenas, de universidades, de igrejas e de governos para debater o desenvolvimento integrado e proativo da mineração, com objetivos econômicos, ambientais e sociais compartilhados com a sociedade.
Promovido pelo DPI Mining (Development Partner Institute), o evento foi uma iniciativa da Kellog Innovation Network (KIN), com o apoio do Nap.Mineração da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). “Com o DPI agindo como agente facilitador, as empresas puderam ampliar o debate com outros setores para buscarem juntos formas de inovar e catalisar o desenvolvimento econômico, social e regional no Brasil”, afirmou Paulo Henrique Soares, diretor de Comunicação do IBRAM.
Conduzidos pelos diretores do DPI, Wendy Tyrrell e Kulvir Singh Gill, os participantes abordaram os seguintes pilares: “Propósito Compartilhado”; “Ecossistemas de Prosperidade” e “Existência de Empresas, Comunidades e Países Competitivos”. “A oportunidade de reunir vários grupos diferentes para debater temas em comum é ação estratégica para o desenvolvimento territorial. A mineração pode ser uma catalisadora para crescimento econômico e para a melhoria da qualidade de vida de todos que moram nestas regiões”, afirmou Wendy Tyrrell, diretora-executiva do DPI.
Para o pesquisador do Nap.Mineração da USP, Helio Lazarim, o evento contou com a participação intensa dos mais de 60 atores e foi palco de reflexão e exposição de diferentes perspectivas. “O mais importante de todo o processo foi que conseguimos realizar discussões neutras. Isso é importantíssimo para que a mineração possa promover o diálogo e o relacionamento com os diversos stakeholders do setor e, assim, proporcionar as transformações necessárias à indústria”, afirmou Lazarim.
A gerente de comunicação da Anglo American, Mariana Rosa, acredita que grande diversidade de atores sociais possibilitou uma discussão produtiva. “Os diferentes pontos de vista tornaram o diálogo uma importante fonte de aprendizagem para todos nós e um exercício necessário para os avanços que a mineração precisa”, afirmou.
O promotor de Justiça de Meio Ambiente e Urbanismo de Belém, Raimundo de Jesus Coelho de Moraes concorda com a gerente da Anglo American de que o workshop promoveu discussões francas “em busca de oportunidades para a construção conjunta de soluções”. “Foi uma experiência de costura e de entendimentos sobre os conflitos e o campo dos processos de decisão sobre a atividade minerária no Brasil (e no mundo), sob os auspícios do curso de engenharia da UFMG, do NAP Mineração da USP e do IBRAM”, afirmou.
Para João Menezes Neto, da Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma, o workshop apresentou um aspecto singular e inédito. “Foram construídos diálogos consistentes sob uma visão equilibrada e de longo prazo, que permitirão a formação de legados representativos e autênticos”, afirmou.
O representante dos produtores de Óleo de Palma destacou também que o evento ressaltou para as empresas a necessidade de reposicionamento para intensificar a aplicação de um gerenciamento de riscos sociais mais efetivos e estratégicos. “O resultado é o planejamento de ações com maior foco e proatividade para diagnosticar as reais necessidades das comunidades envolvidas, a disponibilidade de crescimento de cada empresa, além das interações com os órgãos reguladores e representantes da sociedade civil, buscando sempre um ponto de convergência e equilíbrio para gerar empregos dignos e desenvolvimento econômico local”, complementou João Menezes Neto.
Já a diretora executiva da Compreender Consultoria, Mônica Maldonado, voltada para responsabilidade social, acredita que o debate “oportunizou, sobretudo, a compreensão dos problemas que caracterizam a relação entre as empresas responsáveis pela implantação e operação dos empreendimentos e as comunidades que coabitam o território e o próprio espaço”. “Entendemos que o movimento de alinhamento conceitual instalado se configura como etapa fundamental para a tomada de decisão sobre as intervenções a serem feitas, sejam elas de caráter emergencial, formativo ou emancipatório. Metas e propósitos demandam diagnóstico e, conforme minha percepção, o formato de trabalho utilizado simulou, e iniciou, um alinhamento necessário entre as diversas áreas internas da empresa. Há que se ‘arrumar’ a casa para então receber os ‘vizinhos’!”, completa.
Entre os dias 18 e 20 de setembro, em Belo Horizonte (MG), participantes de diferentes setores da sociedade puderam expor valores e expectativas para as empresas de modo a ampliar as boas iniciativas já em prática, buscar soluções para problemas atuais e discutir formas para melhorar as visões de longo prazo e as estratégias de desenvolvimento voltadas às organizações e às comunidades em regiões de mineração no Brasil.
Workshop Multi-stakeholder – crédito: divulgação
Workshop Multi-stakeholder – crédito: divulgação
Workshop Multi-stakeholder – crédito: divulgação