MST libera ferrovia de empresa e tráfego fica normal no sábado
09/11/07
Os agricultores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) liberaram ontem a ferrovia de Carajás, ocupada anteontem, mas a Companhia Vale do Rio Doce, responsável pelo transporte de passageiros entre o Pará e o Maranhão, só restabelecerá o tráfego de seus trens amanhã. Ela teme que os manifestantes, que ainda se encontram a poucos metros da ferrovia, voltem a bloqueá-la. O transporte de minério ficou de ser retomado ontem. A empresa cobra dos governos federal e estadual o envio de forças policiais para garantir suas operações na ferrovia sem risco de violência contra empregados e depredação dos trens. Segundo a Vale, uma locomotiva e os vagões que estavam em poder dos invasores foram devolvidos.
O líder do MST Charles Trocate justificou o desbloqueio da ferrovia como “gesto de boa vontade” do movimento para reabrir as negociações com representantes dos governos federal e estadual. “Eles prometeram vir aqui conversar Vamos esperá-los. A Vale pode passar seus trens quando quiser”, afirmou. Para manter a mobilização dos agricultores, o MST decidiu que ninguém abandonará o local. Cerca de cinco mil pessoas armaram barracas e montam vigilância na área. O assentamento Palmares, próximo dos trilhos, virou quartel-general das manifestações. Há comida bastante para manter as famílias por quinze dias no local. O tamanho da pauta de reivindicações rivaliza com o número de manifestantes mobilizados em 14 assentamentos e nove acampamentos da região.
A Gazeta – MT