Mosaic quer melhorar logística com ativos adquiridos da Vale
21/12/16
A Mosaic, empresa americana que comprou o negócio de fertilizantes da Vale, quer melhorar a logística com os ativos adquiridos da mineradora brasileira. A companhia, que fechou no dia 19 um acordo de US$ 2,5 bilhões com a mineradora brasileira, quer se tornar a maior empresa de fertilizantes do Brasil assim que a transação for concluída, no final do ano que vem.?Estes ativos dentro do Brasil são uma grande vantagem em termos de logística. Vamos conseguir atender os pedidos just in time”, disse o presidente da Mosaic Fertilizantes no Brasil, Floris Bielders, referindo-se a um modelo de distribuição sincronizado com a produção.A Mosaic adquiriu minas de potássio e rocha fosfática e fábricas de ácido fosfórico e ácido sulfúrico da Vale, com capacidade de produzir 4,8 milhões de toneladas de fertilizantes fosfatados e 500 mil toneladas de fertilizantes potássicos.Atualmente, a Mosaic precisa comprar no exterior boa parte dos fertilizantes que mistura e vende aos agricultores brasileiros. O país importa cerca de 70% de todos os fertilizantes que utiliza, principalmente por restrições na disponibilidade de jazidas minerais. As companhias demoram meses entre o momento do pedido de um carregamento de fertilizantes, sua importação, preparação e entrega.Com a compra de ativos da Vale, a Mosaic avalia que deixará de ser apenas uma distribuidora para os consumidores finais e passará também a ser uma fornecedora atacadista para outras companhias de mistura de fertilizantes, além dela própria.Bielders disse que a Mosaic não espera aumentar de maneira significativa sua fatia de mercado na distribuição final de fertilizantes no Brasil, que é de 5,6 milhões de toneladas por ano, em um mercado que movimentou 30,2 milhões de toneladas em 2015.Atualmente, a líder de mercado na distribuição de adubos no Brasil é a Yara International, dona da Galvani, com fatia de 25% do mercado. “A nossa participação no mercado não vai mudar muito. Não existe sobreposição entre as duas operações. Haverá sinergias?, afirmou o executivo da Mosaic.Por isso, ele acredita que não haverá dificuldades em aprovar o negócio junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que monitora a concorrência no Brasil. A previsão das empresas é de que este processo seja concluído ao final de 2017, com a aprovação no Cade e em outros órgãos reguladores.A Mosaic estima que depois da conclusão da aquisição irá se tornar a maior empresa de fertilizantes do Brasil, incluindo produção e distribuição. Segundo Bielders, a nova operação brasileira deve superar a da América do Norte, onde estão suas maiores minas, colocando o Brasil como o principal mercado da companhia, em termos de volumes movimentados.O acordo de aquisição dos ativos de fertilizantes prevê que a Vale receberá US$ 1,25 bilhão em dinheiro e US$ 1,25 bilhão em ações ordinárias a serem emitidas pela Mosaic. Com isso, após o fechamento do negócio, a Vale teria aproximadamente 11% das ações em circulação da Mosaic. A Mosaic disse que isso colocará a Vale como sua maior acionista individual.O negócio excluiu unidades da Vale em Cubatão (SP), que devem ser retirada da operação da Vale antes do fechamento do acordo. Questionado sobre o motivo da exclusão destes ativos, Bielders respondeu que foi uma decisão da Vale. “Foi uma escolha da Vale. Eles decidiram não vender”, disse o executivo.Ontem, a Vale disse que o negócio inclui os ativos de fosfatados localizados no Brasil, exceto os baseados em Cubatão; a sua participação em Bayóvar, no Peru; uma mina de potássio em Rosário do Catete (SE), incluindo o projeto de Carnalita; e Kronau, projeto de potássio no Canadá. A inclusão do projeto de potássio de Rio Colorado no escopo da transação está sujeita à aceitação da Mosaic após o término da due diligence. Clique aqui e acesse a matéria.
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