Mirabela investe em exploração de níquel
23/11/06
Após investir R$ 20 milhões em pesquisas na região de Itagiba, a 375 quilômetros de Salvador, a Mirabela Minerações do Brasil, empresa vinculada à australiana Mirabela Nickel Ltd, decidiu investir R$ 450 milhões na exploração daquela que está sendo considerada a maior descoberta de níquel sulfetado dos últimos dez anos, sendo a maior reserva do minério da América do Sul. A estimativa é de um total de 74 milhões de toneladas de níquel na jazida, sendo que a quantidade lavrável é de 52 milhões de toneladas.
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O projeto Santa Rita, como está sendo denominado pela empresa, prevê uma produção de 170 mil toneladas/ano de concentrado de níquel. Com geração de uma receita bruta de US$ 400 milhões/ano, ao preço atual do minério. As atividades de extração terão início no segundo semestre de 2008 e devem durar pelo menos 13 anos. A iniciativa é a maior em implantação no Brasil e vai aumentar a produção nacional em 30%.
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Depois da descoberta da jazida por pesquisadores da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) empresa vinculada à Secretaria de Indústria e Comércio, em 2003, foi realizada uma licitação pública da qual a Mirabela Minerações foi a vencedora e iniciou os investimentos nos detalhamentos da reserva. O presidente da CBPM, Ruy Lima, informa que, pelo direito de exploração das jazidas, a Mirabela vai pagar royalties e prêmio de oportunidade.
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Segundo o gerente geral da Mirabela, Paulo Oliva, quando a CBPM obtém sucesso nas pesquisas para descobrir depósitos minerais no território baiano, busca a iniciativa privada para investir na fase de maior risco, que é a sondagem. “Então, nós vencemos a licitação em 2003, assinamos contrato e começamos a trabalhar em janeiro de 2004”. Oliva destaca que o níquel é de grande importância na composição do aço inoxidável e será exportado pelo porto de Ilhéus. De acordo com ele, as unidades e a planta de concentração de minério estão sendo implantadas no município de Itagibá e a principal base de apoio está localizada na vizinha cidade de Ipiaú, a seis quilômetros da reserva.
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Ambos os municípios serão beneficiados pelo projeto. O primeiro receberá royalties pela produção, enquanto o segundo terá sua economia aquecida pela renda dos funcionários da empresa. Durante a implantação, estão sendo gerados 200 empregos diretos. Quando entrar em funcionamento, serão 450 empregos diretos, 1,5 mil indiretos, além do royalty para a CBPM, de 2,51% sobre a receita bruta da venda do concentrado de níquel.
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De acordo com Ruy Lima, a receita com os royalties pela exploração da jazida em curto prazo será superior a US$ 5 milhões, possibilitando a auto-suficiência da CBPM. “excedente poderá ser aplicado em outros projetos de desenvolvimento da mineração no estado”, diz.
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Para ele, nos últimos 4 anos, foram realizadas 11 licitações para exploração de minerais. “Essa do níquel é a mais importante, mas também temos outras expressivas, como o início da exploração do ouro da localidade de Maria Preta, no município de Santa Luz; da bentonita de Vitória da Conquista; do ferro-titânio-vanádio de Campo Alegre de Lourdes; entre outros projetos menores de argila e granitos”, enumerou.
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A Bahia ainda dispõe de outros projetos em fase de estudos, como o de vanádio em Manacás, e de várias oportunidades à espera de ofertas. É o caso do ferro de Campo Largo, do zinco de Mundo Novo e da sílica de alta pureza de Belmonte, que estão sendo apreciados por interessados.
Gazeta Mercantil