Mineradoras são novo alvo de Evo Morales
28/11/06
“Governo boliviano prevê acordo sobre reajuste do gás”
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HAIA. O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que a Glencore International AG, a maior trading de commodities do mundo, adquiriu ativos de estanho no país “ilegalmente”, indicando que poderá agregar as minas a seu programa de nacionalização de recursos naturais.
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A empresa comprou as minas em 2005, dois anos antes de o ex-presidente da Bolívia Gonzalo Sánchez de Lozada ter fugido do país em decorrência de uma insurreição liderada por Morales. A Glencore está causando “prejuízos econômicos”, ao não pagar quantia suficiente em impostos, acusou o presidente boliviano.
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Lotti Grenacher, porta-voz da Glencore em Baar, na Suíça, negou que a empresa tenha agido ilegalmente no país e disse que não poderia comentar sobre o pagamento de impostos porque não há notificação do governo boliviano a respeito das supostas irregularidades. “Eles estão ludibriando o país”, disse Morales em entrevista, ontem, na Holanda.
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No mês passado, Morales obrigou as empresas de combustíveis Petrobras SA e RepsolYPF SA a abrir mão do controle de ativos no país e a pagar mais impostos. A Bolívia fará o mesmo com relação à indústria de mineração, dispensando “tratamento especial” à Glencore, disse Morales. Os preços do estanho subiram 55% este ano e, em Londres, no mês passado, atingiram o maior patamar dos últimos 17 anos.
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Morales cobra de Lula gesto igual ao de Kirchner O ministro da Energia da Bolívia, Carlos Villegas, previu acordo com o Brasil sobre o reajuste dos preços do gás natural. “Pode ser que demore algo em torno de duas semanas”, disse em Haia.
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As conversações entre autoridades do país e representantes da Petrobras, realizadas semana passada, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, fracassaram. Segundo Morales, o presidente argentino, Néstor Kirchner, “estendeu sua mão” ao aceitar o aumento do preço do gás e ao concordar em elevar suas compras. “Queremos ver o mesmo tipo de medida por parte do presidente Lula”, disse.
O Globo