Mineradoras acirram briga pela Alcan
12/07/07
A companhia canadense de alumínio Alcan, que tem agido defensivamente em relação à oferta hostil de compra de US$ 28,8 bilhões feita pela rival Alcoa, está perto de conseguir um acordo amigável com uma terceira companhia e espera fazer um anúncio ainda esta semana, de acordo com fontes próximas à negociação. Segundo as fontes, outras interessadas na canadense Alcan são as mineradoras Rio Tinto e BHP Billiton. Mas a BHP Billiton pode não estar tão envolvida no processo de negociação quanto a sua concorrente, disseram as fontes, indicando que a Rio Tinto pode estar mais perto de uma oferta. As fontes disseram que um anúncio deve acontecer antes do fim desta semana. O jornal britânico “Times” publicou ontem que a Rio Tinto estava pronta para fazer uma oferta de 90 dólares por ação da Alcan, o que resultaria numa oferta de US$ 34 bilhões. Outra interessada na Alcan, segundo informações anteriores de fontes do setor, é a Companhia Vale do Rio Doce. A Alcan, que há algum tempo disse estar em conversas com terceiros como parte de esforços para arrumar alternativas à proposta da americana Alcoa, foi discreta ao relatar as negociações. A empresa agora diz que assinou acordos de confidencialidade com esses terceiros, indicando que seguiu adiante no processo de negociação. Mas a Alcan não divulgou nomes ou disse com quem está negociando. A companhia tem pelo menos dois bancos de investimentos -Deutsche Bank e Credit Suisse trabalhando com ela, disseram fontes. Segundo informou o jornal canadense “Globe and Mail”, a empresa contratou recentemente a CIBC World Markets. A BHP Billiton e a Rio Tinto se recusaram a fazer comentários. Uma questão que qualquer proposta deve considerar é que, devido a acordos que possui para fornecimento de energia e de água na província canadense de Quebec, a Alcan deve manter sua sede em Montreal. A Alcan se recusou entrar em negociações com a Alcoa parcialmente porque a companhia dos EUA não quis assinar um acordo de confidencialidade durante conversas amigáveis entre as empresas que fracassaram ano passado. A Alcoa estendeu sua oferta pela Alcan até 10 de agosto. Também assinou uma linha de crédito de US$ 30 bilhões com o Goldman Sachs e o Citigroup, que aconselham a companhia americana.
Valor Econômico