31/07/09

Apesar da crise global e dos fracos resultados financeiros, a Vale investiu US$ 3,6 bilhões (R$ 7,4 bilhões) neste ano em aquisições nas áreas de potássio, cobre, carvão, ferro, siderurgia e logística. A mineradora viu seu endividamento crescer -de US$ 6,2 bilhões ao final do primeiro trimestre para US$ 8,3 bilhões em 31 de junho.
O diretor financeiro da Vale, Fábio Barbosa, disse que o maior endividamento não é resultado apenas das aquisições, mas também da menor receita no segundo trimestre e do pagamento da primeira parcela de US$ 1,25 bilhão em dividendos.
“Foi uma composição de fatores. As aquisições tiveram impacto, mas não se pode isolar apenas esse fator”, afirmou o executivo.
Diante de tal cenário, disse, a empresa teve de consumir mais recursos em caixa. Anteontem, ela divulgou retração de 81,5% em seu lucro do segundo trimestre -de R$ 1,466 bilhão- comparado a igual período de 2008.
Entre os novos investimentos, a Vale comprou os direitos de dois projetos de potássio na Argentina e no Canadá por US$ 857 milhões e uma mina de ferro em Mato Grosso (US$ 750 milhões) da angloaustraliana Rio Tinto. Adquiriu ainda uma mina de carvão na Colômbia (US$ 306 milhões) e a concessão de um trecho da ferrovia Norte-Sul (R$ 216 milhões).
A Vale ampliou ainda de 10% para 27%, por US$ 1,4 bilhão, sua participação na CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico).
Um dos focos da Vale, diz Barbosa, é ser uma das líderes globais em fertilizantes. Outra aposta é atrair investimentos na área de siderurgia para o Brasil.
(PEDRO SOARES)

Folha de S.Paulo