Mineração impulstiona balança comercial do Pará
19/10/06
A Balança Comercial do Estado do Pará referente ao período de janeiro a agosto de 2006, divulgada pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará – FIEPA, aponta uma variação positiva nas exportações de 35,01%, em relação ao mesmo período do ano passado. As exportações do Pará ganham, mais uma vez, um destaque nacional, ao passo que o estudo informa também um crescimento das exportações brasileiras de 15,88% no período referido.
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O setor mineral paraense, alavancado pelo aumento das exportações de minério de ferro e alumínio, continua sendo o responsável pelo crescimento global das exportações do Pará – os minerais correspondem a 83,55% da pauta, movimentando mais de US$ 3 bilhões.
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Para o gerente do CIN, André Reis, o peso do setor mineral nos resultados globais se deve aos grandes projetos de mineração instalados no Estado. Ele informa ainda que o próprio destaque para o aumento das importações de produtos como carregadores e escavadoras, numa variação positiva de 253,34% na comparação entre o período de janeiro a agosto de 2005 e o mesmo período de 2006, é um indício dessa ampla movimentação do setor minerador no Estado.
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“O Estado que importa negócios e equipamentos o faz para crescer. Portanto, é um dado bastante positivo. Além do que, essa importação não concorre com a nossa indústria local porque não há produção similar no nosso Estado”, argumenta André Reis.
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Entre os produtos tradicionais, a Balança Comercial demonstra um crescimento de 7% das exportações. Para o presidente da FIEPA, José Conrado Santos, apesar de ser uma variação considerada “tímida”, é um dado que surpreende por conta da desvalorização da moeda brasileira, que tem sido um dos principais entraves à atividade exportadora.
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A FIEPA comenta que esse aumento da exportação de produtos tradicionais como a madeira (3,46%), camarões congelados (79,85%), pimenta (22,22%), entre outros, se deve a questões como a sazonalidade e à entrada de produtos na pauta, como bovinos vivos (23,49%), soja (60,11%) e couros e peles (954,17%).
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“Há três anos, produtos como couros e peles nem apareciam nas estatísticas, e hoje observamos esse aumento absurdo nas suas exportações, no caso desse produto, para mercados como a Itália e a China”, informa o gerente do CIN. Reis destaca ainda que esse destaque para couros e peles é “um aceno para o potencial de exportação da pecuária local que, se conseguir vencer as restrições sanitárias à exportação da carne bovina, deve se destacar ainda mais”.
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Ainda segundo a Balança Comercial paraense, produtos como o manganês (-68,18%), a bauxita (-19,60) e a castanha-do-pará (-60,79%) apresentaram uma variação negativa por motivos como as questões climáticas desfavoráveis, no caso da castanha, e a diminuição da demanda no mercado, no exemplo do manganês.
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Aproximação
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O gerente do CIN, André Reis, ressalta que, apesar de se observar, ultimamente, um constante crescimento das exportações paraenses, um diferencial que pode ser destacado é a entrada de outros mercados no hall de importadores dos produtos do Pará. “O Suriname, por exemplo, que é um mercado de difícil acesso, já faz parte do grupo de compradores de sucos de frutas paraenses, depois que promovemos uma missão de empresários daqui a esse país”, conta o gerente.
Liberal (PA)