Mineração e petróleo mudarão modelo de desenvolvimento no Equador
07/03/12
O presidente Rafael Correa afirmou hoje que o Equador empreendeu o caminho do desenvolvimento mineiro em grande escala e que, unido à produção petroleira, lhe permitirá impulsionar o crescimento econômico.
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Assinalou ademais que do mesmo modo o país poderia transitar do modelo extrativista ao terciário exportador de serviços associados ao conhecimento.
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Correa fez tais afirmações ao concluir nesta segunda-feira a cerimônia de assinatura do primeiro contrato do país para a exploração de cobre em grande escala com a empresa chinesa Ecuacorriente, atrás da qual estão duas mega corporações do gigante asiático.
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Querem apresentar-nos o simplismo de que deixar de lado a economia extrativista não significa prejudicar a economia. Sair da economia extrativista é mobilizar esses recursos para outras áreas da economia, como fizeram os Estados Unidos e a Austrália, comentou.
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Depois de três anos de grande movimentação social e jurídica, além de 83 reuniões formais, surgiu finalmente um contrato totalmente novo no Equador, colocando Correa como “raivosamente negociando em função da Pátria”, e que garante 25 anos de benefícios ao Equador e às comunidades.
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O jazimento Mirador a ser exposto a céu aberto tem reservas de quase cinco bilhões de libras de cobre, e encontra-se ao sul da amazônia equatoriana, na província de Zamora Chinchipe, a 375 quilômetros ao sul da capital.
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Depois de 40 anos de explorando petróleo, as regiões mais pobres ainda são aquelas de onde se extrai o petróleo, assinalou, ao anunciar rendimentos da empresa chinesa no valor de 100 milhões de dólares no curto prazo para as comunidades dessa província, que será uma das mais prósperas do país.
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Ao refutar os que criticam o governo por esta decisão, Correa assegurou que a mineração em grande escala causa menos danos ao ambiente que a artesanal, e citou o Canadá, a China, Austrália, Bolívia e Cuba, onde a mineração tem sido pilar fundamental para o desenvolvimento.
Sem a mineração o mundo voltaria à época das cavernas e hoje tudo o que usamos habitualmente vem da mineração, agregou, ao sublinhar que o principal perigo para a selva amazônica não é o petróleo, nem a mineração, mas a expansão da fronteira agrícola.
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Essa fronteira seguirá crescendo se não damos às populações fontes de emprego, advertiu depois de criticar o que chamou premissas enganosas, e assinalou que a solução é impulsionar a mineração de forma responsável com o ambiente, a água, a economia e a população.
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O projeto Mirador permitirá ao Estado obter em forma global mais de 50 por cento de renda mineira, o qual o coloca à vanguarda a nível mundial, e se calcula que vai gerar cerca de 20 bilhões de dólares em 25 anos.
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Deles, cerca de 5,4 bilhões de dólares em rendimentos correntes irão aos cofres do Estado e aproximadamente 900 milhões serão investidos em benefícios às comunidades, com uma rentabilidade de 17 por cento aos preços atuais do cobre, explicou o ministro de Recursos Não Renováveis, Wilson Pástor.
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“Assumo toda a responsabilidade política destes atos, e o povo saberá decidir (nas urnas) quem atuou em função das maiorias e quem atuou em função da politicagem”, afirmou Correa em referência aos que promovem marchas contra a mineração e a política do governo.
Prensa Latina