Mina de minério de ferro é viável, confirma Governo
02/06/08
Pesquisas em Quiterianópolis: jazidas do Estado poderiam suprir por anos a Siderúrgica do Pecém (Foto: Sebastião Bisneto)
A viabilidade econômica para a exploração das jazidas de minério de ferro do Ceará está assegurada. A informação é do diretor de desenvolvimento setorial da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Eduardo Diogo. “Já sabemos que é viável explorar o ferro encontrado na região Noroeste do Estado”, garante.De acordo com o geólogo e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Christiano Magini, que integra a equipe de profissionais de estudos de ocorrências do minério no Estado, há ferro em várias porções do Estado e o potencial de todas as jazidas unidas pode chegar a 200 milhões de toneladas. A quantidade estimada, segundo ele, daria para abastecer a Companhia Siderúrgica do Pecém por muitos anos.”Há ferro em Sobral, Mucambo, Boa Viagem , Tejuçuoca, Quiterianópolis, Novo Oriente e em Santa Quitéria e Martinópolis, em menor quantidade. Todas são reservas de pequeno porte que, juntas, devem somar de 100 a 200 milhões de toneladas. Isso daria para abastecer facilmente a siderúrgica do Estado por bons anos porque o consumo dela está estimado em seis milhões de toneladas”, afirma o geólogo.No entanto, ao contrário do que disse o governador Cid Gomes quando foi a Tauá no início de maio, Magini não acredita que o potencial do Ceará seja comparável ao de Carajás, no Pará. “Ninguém tem Carajás aqui. Lá, eles produzem 400 mil toneladas de ferro por dia escoadas em 10 navios. Não temos condições de concorrer nem com 10% do que eles fazem lá, mas há uma demanda mundial muito grande. A cada terremoto na China, mais ferro eles querem comprar”.Infra-estruturaA falta de infra-estrutura para transportar o minério extraído do subsolo cearense é o que pode inviabilizar essa possibilidade de exportação, na opinião dele. “O Estado não tem como exportar porque não tem estrada de ferro nem um porto preparado e esses problemas não vão ser resolvidos rapidamente. Tem demanda dentro e fora do País, isso não seria problema, mas a gente não tem esteiras de carregamento no porto e provavelmente só vai ter quando a Vale instalar”, dispara. De qualquer forma, Christiano Magini afirma que certamente haverá geração de riqueza no Estado por conta da exploração de ferro. “Desencadeia uma cadeia imensa inclusive de empregos. O que mais tem é oferta de emprego de baixa qualificação e sabendo das necessidades do Estado, empregar as classes C e D significa distribuir renda”, analisa.O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) manifestou-se sobre o potencial e a exploração de ferro no Ceará, através de sua assessoria de imprensa, dizendo que existe otimismo pela criação da Câmara Setorial Mineral, pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece). A entidade afirma ainda que o Anuário Mineral Brasileiro (AMB) de 2006 informava que o Estado possui uma reserva de 25 milhões de toneladas, mas ressalta que é preciso realizar pesquisas para confirmar as ocorrências recém descobertas.E-Mais- Potencialidade mineral: é a indicação da existência de um depósito com razoável perspectiva de serem dimensionadas reservas de bens minerais.- Reserva: implica em um bom nível de caracterização de um corpo mineral, com parâmetros econômicos definidos que podem atrair investimentos. * Fonte: Instituto Brasileiro de Mineração
Leia mais sobre esse assunto31/05/2008 00:40:13 – Pecém será porta de saída
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