Miba terá novo sócio alemão: Entrada no negócio mostra avanço de investidores estrangeiros na fronteira minerária
17/03/10
A Steel do Brasil Participações S/A, constituída por investidores alemães, vai formar joint venture com a Mineração Minas-Bahia (Miba) – através do consórcio Novo Horizonte – para exploração de minério de ferro na região Norte de Minas Gerais, conforme comunicado enviado ontem ao mercado. A entrada do grupo no negócio deixa claro o avanço de investidores estrangeiros na nova fronteira minerária, que já tem parte das reservas controlada pelo grupo chinês Honbridge Holdings.
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O diretor-presidente da Miba, Alexandre Couri Sadi, informou que a Steel possui um contrato de exclusividade para participar do consórcio que tem vigor até junho. O fato relevante enviado pela Steel à Comissão de Valores Mobiliário (CVM) confirmou a participação da empresa no negócio, com controle de 50% do empreendimento.
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Segundo Sadi, o valor da transação não pode ser revelado em função de uma cláusula de confidencialidade no contrato. O comunicado da Steel informou que o pagamento total será de US$ 190 milhões, mas contabilizada também a aquisição de ativos da Miba na Bahia e pesquisas de sondagem.
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A previsão da Steel, ainda segundo o comunicado, é de que as aquisições estejam completamente documentadas em um prazo de 30 a 60 dias. As operações estão sujeitas a aprovações societárias, auditorias e também à ?ocorrência de determinadas condições precedentes estabelecidas nos contratos?.
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De acordo com Sadi, caso não se confirme a participação, existem investidores canadenses e norte-americanos também interessados. No caso dos canadenses, Sadi já havia informado que a intenção é negociar entre 70% e 80% de participação, deixando os estrangeiros como sócios majoritários.
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Reservas – As reservas estimadas nos ativos pertencentes ao consórcio Novo Horizonte – formado por Miba, Gema Verde, MTransminas e agora a Steel – são de 12 bilhões de toneladas de minério de ferro e o projeto inclui a instalação de uma usina de beneficiamento de minério. O empreendimento, que demandará recursos da ordem de US$ 2 bilhões, deverá gerar cerca de 1,5 mil postos de trabalho diretos, além de aproximadamente 6 mil empregos indiretos. A produção deverá ser integralmente exportada.
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O governo do Estado confirmou que deverá, até meados de abril, assinar um protocolo de intenções com o consórcio Novo Horizonte que prevê a forma de escoamento da produção, sendo a construção de uma ferrovia uma das possibilidades.
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Conforme Sadi, o protocolo de intenções diz respeito a um projeto que prevê a construção de um corredor ferroviário do Norte de Minas até Ilhéus, no Sul da Bahia, onde se econtraria com a Estrada de Ferro 354 (Transcontinental), que ainda está em fase de projeto.
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As reservas totais recém-descobertas na região Norte do Estado estão estimadas em 20 bilhões de toneladas de minério de ferro. Grandes mineradoras possuem áreas na região que abrange 20 municípios, entre eles Salinas, Rio Pardo de Minas, Grão Mogol, Porteirinha e Nova Aurora.
Mineroduto – A Sul Americana de Metais S/A (SAM), formada pelo geólogo e empresário do setor João Carlos Cavalcanti, planeja aportes de US$ 3 bilhões na região em parceria com o grupo chinês Honbridge Holdings.
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O projeto prevê a construção de um mineroduto de cerca de 470 quilômetros até o Porto Sul, em construção em Ilhéus, na Bahia, conforme Cavalcanti já havia informado. O projeto planeja uma produção inicial de 25 milhões de toneladas anuais de minério de ferro com as operações previstas para começarem em 2014.
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Além disso, está prevista, também no Estado vizinho, uma unidade de pelotização e possivelmente uma usina siderúrgica. O planejamento é de exportar para a China a maior parte da produção.
A forte demanda chinesa, segundo o Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), está provocando a retomada de projetos para o setor. Das consultas realizadas ao órgão do governo estadual neste ano, 90% partiram dos setores de mineração e siderurgia. O orçamento dos projetos em avaliação no Indi em janeiro é 300% superior ao de mesmo período do ano passado.
Jornal do Commercio