MG tem 62 barragens de rejeitos com risco
08/06/09
RENATO FONSECAREPÓRTERMinas Gerais possui 62 barragens de rejeitos e resíduos em empreendimentos industriais e minerários que podem oferecer algum tipo de risco e precisam de intervenções para melhorar a estabilidade. Em 2006, eram 55 estruturas comprometidas. Neste período, as barragens cadastradas pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) passaram de 606 para 661. Dessas, 73, em 2006, não tinham concluído os estudos sobre a estabilidade das estruturas – cerca de 12% do total. Já em 2008, as barragens sem esse processo caíram para 33 (5%). Os dados foram apresentados ontem pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), durante o lançamento do Programa Especial de Segurança em Barragens de Rejeitos. O motivo para não terem sido concluídos os estudos sobre a estabilidade das 33 barragens mineiras, segundo a Feam, deve-se ao fato de não haver dados e documentação técnica, como projetos e plantas topográficas, das estruturas analisadas. Em 2003, o Sistema Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (Sisema), por meio da Feam, começou o Programa de Gestão de Barragens, que fez um diagnóstico dessas estruturas. A iniciativa visa aperfeiçoar a gestão e reduzir a probabilidade de acidentes. ?São feitos monitoramentos das barragens e analisadas as condições de segurança, que são de responsabilidade exclusiva do empreendedor?, afirma a diretora de Qualidade e Gestão Ambiental da Feam, Zuleika Torquetti. As empresas que ainda apresentam falhas, tem até setembro para se adequarem às normas de segurança. O descumprimento pode gerar multa e até a suspensão das atividades.De olho na responsabilidade da indústria de mineração e preocupado em reduzir os riscos socioambientais e econômicos decorrentes de acidentes, o Ibram criou um programa de segurança em barragens de rejeitos, iniciativa pioneira que atuará em escala nacional. Cursos para capacitar profissionais dos setores de mineração sobre as melhores práticas para a gestão de segurança em barragens serão ministrados nas indústrias do setor. ?A boa gestão dessas barragens é importante não só para as questões ambientais, mas também para os negócios da empresa. Com esse projeto, pretendemos minimizar a ocorrência de acidentes no setor?, afirma o presidente do Ibram, Paulo Camillo Vargas Penna. As aulas serão ministradas, na primeira etapa do curso, via internet. Em seguida, serão feitas aulas presenciais e análise de campo. O investimento do Ibram nas ferramentas e estratégias de gestão do programa já somam R$ 500 mil. O valor que as empresas deverão arcar com a capacitação ainda não foi definido.O presidente da Feam, José Cláudio Ribeiro, aprovou o projeto do Ibram e destacou os avanços do programa de gestão das barragens. Porém, ele deixou claro que, mesmo com todos os estudos e análises, os riscos não estão esgotados. ?Acidentes sempre podem ocorrer, mas, com o trabalho que temos feito e essa nova contribuição do Ibram, podemos reduzir as probabilidades de rompimentos das barragens?. afirmou.
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