Metais fecham em queda com temor sobre recessão; ouro tem leve recuo
16/10/08
Os contratos futuros de metais básicos fecharam com queda forte na London Metal Exchange (LME), pressionados pelo declínio expressivo das Bolsas, valorização do dólar e preocupações quanto ao impacto da crise financeira no consumo global. A retração desta quarta-feira pôs fim ao movimento de recuperação registrado pelo mercado de metais desde a segunda-feira, após o anúncio dos planos de resgate da Europa. Também contribuíram para pressionar o sentimento do mercado os comentários do chefe-executivo da mineradora australiana Rio Tinto, Tom Albanese. Ele previu uma diminuição na demanda por metais na China e afirmou que a empresa vai rever os gastos de curto prazo em seu programa de investimentos. Além de rever os investimentos, a Rio Tinto deve reduzir a produção de alumínio, disse Albanese.
“Essa possibilidade é que está assustando as pessoas”, afirmou Maximilian Layton, analista da Macquarie Research. Ele disse que o sentimento baixista tem se intensificado no mercado de metais dada a expectativa de um aumento no volume excedente desses produtos. “Dentro de seis meses esses mercados devem entrar em uma situação de excesso de oferta.” Em Londres, na rodada livre de negócios (kerb) da tarde, os contratos de cobre para três meses fecharam com queda de US$ 378,50, para US$ 4.919,50 a tonelada métrica.Os contratos de chumbo para três meses cederam US$ 124,00, para US$ 1.515,00 por tonelada; os de alumínio perderam US$ 112,00 para US$ 2.168,00; os de zinco tiveram queda de US$ 95,00, para US$ 1.315,00 a tonelada; de estanho cederam US$ 945,00, para US$ 14.045,00 a tonelada e os de níquel perderam US$ 900, para US$ 11.850,00 por tonelada. Os estoques de alumínio na LME aumentaram mais de 55 mil toneladas nesta quarta-feira para 1,46 milhão de toneladas.
Esse crescimento já era esperado já que a maioria dos participantes do mercado acredita que há oferta excedente do produto no mercado. Mesmo que a expectativa de uma estabilização nos mercados de crédito tenha se fortalecido, a preocupação em torno da oferta excedente da maioria dos metais também pressiona o sentimento deste mercado. Nesta quarta-feira, o JP Morgan cortou sua estimativa para o preço do cobre em 30% para US$ 4.888 por tonelada em 2009. O banco também reduziu suas projeções para todos os outros metais.
“Em um período relativamente curto, o cenário econômico passou de uma desaceleração algo controlada de um país desenvolvido para uma recessão global mais profunda e sincronizada”, disse em um relatório o analista Michael Jansen. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange, os futuros de cobre também fecharam com queda forte com a preocupação em torno da economia mundial prevalecendo no mercado. Os contratos do metal para dezembro fecharam com queda de US$ 0,1840 (7,68%), para US$ 2,2105 por libra peso. Os contratos futuros de ouro devolveram os ganhos no final da sessão na Comex, com algumas liquidações de posições compradas, segundo um dealer.
Durante quase toda a sessão as cotações do ouro estiveram em alta, com o metal precioso cumprindo seu papel de porto seguro em tempos de incertezas. De qualquer forma, dentre os metais, o ouro foi o que registrou a queda menos expressiva e no after-hours as cotações retomaram o movimento de alta. O contrato futuro de ouro para dezembro fechou em queda de US$ 0,50 (0,06%) para US$ 839 a onça-troy. A prata registrou queda forte. Metais preciosos com grandes aplicações industriais também têm sido pressionados pela expectativa de uma recessão global. Os contratos futuros de prata para dezembro fecharam com queda de US$ 0,880 (7,96%), para US$ 10,180 a onça-troy.
Agência Estado / Brasil Infomine