Mesmo com faturamento de bilhões, geração de empregos foi irrelevante
11/08/08
O Pará arrecadou R$ 261 milhões com a produção mineral de R$ 8,2 bilhões no ano passado. Os números estão no Informe Mineral 2007/2008 do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O setor de metálicos continua disparado na frente dos não-metálicos, representando cerca de 94% de toda a produção do Estado. Nos números aferidos, apenas o minério de ferro gerou mais de R$ 4,8 bilhões. Apesar das cifras grandiosas do período, a geração de empregos foi mínima, saltando de 13.168 postos de trabalho, em 2006, para 13.500, em 2007. Mas o relatório aponta que a chuva de investimentos para os próximos anos deve alavancar a criação de vagas para trabalhadores no território paraense.
Os R$ 8,2 bilhões da produção mineral de 2007 equivalem a um crescimento de 7,2% em relação ao ano anterior. A geração de receita para o Estado é de R$ 150 milhões de Contribuição Financeira de Extração Mineral (CFEM) e R$ 111 milhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
O relatório completo, produzido por dois analistas minerais, o geólogo Raimundo Augusto Corrêa Mártires e o economista André Luis Santana, aponta um acréscimo na produção de 5,4% da indústria extrativa mineral em 2007.
O aumento da produção foi observado em todos os bens minerais, exceto o manganês. Eles apontam como uma das causas do avanço na produção a retomada do consumo interno de minerais, além da alta dos preços e a considerável ampliação nas exportações dos commodities do minério. Outra razão para o bom desempenho das mineradoras é a lucratividade das empresas do setor.
O lucro expressivo das empresas também estimulou novos investimentos que influenciaram na totalização dos números do ano passado. Os anúncios da expansão dos parques industriais da extração mineral e da siderugia, como a siderúgica a ser construído em Marabá pela Vale, são outros fatores que contribuíram para os números possitivos.
O período também registrou maior extração de minério de ferro e de bauxita, além do cobre, manganês e o ouro. Toda a extração foi estimulada por uma demanda mundial constante e em alta, cujos principais consumidores estão nos mercados asiáticos, sobretudo na China.
Os produtos minerais metálicos, com oito substâncias minerais listadas pelo Informe Mineral do DNPM, respondem por mais de 94% do valor da produção mineral paraense. Somente eles cresceram 7,1%, de 2006 para 2007. Das substâncias analisadas para o relatório, apenas três são não-metálicas – caulim, calcário e água mineral. Juntas, representam 6,1% do valor da produção mineral paraense. Delas, o caulim equivale a 5,7%.
EMPREGOS
O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) aponta que atividade mineral no Pará teve um crescimento tímido quando o assunto é geração de empregos. Em 2006, foram registrados 13.168 postos de trabalho e em 2007, 13.500. O relatório informa que o fraco incremento está ligado à capacidade instalada de alguns empresas que chegaram ao limite máximo, a exemplo da Mineração Rio do Norte S/A, que produz bauxita, a matéria-prima do alumínio.
O Informe Mineral diz ainda que a Vale vai atingir neste ano sua capacidade inicial de 5 milhões de toneladas de bauxita. Portanto, deve iniciar uma nova fase de expansão da sua capacidade para 10 milhões de toneladas já no ano que vem. Há ainda o destaque para as operações de mina do 118 para minério de cobre, até 2009. Todas esses prognósticos apontam que a curto e médio prazo a geração de empregos para o setor deve crescer, o que deve ser constatado apenas nos próximos anos.
No estudo, consta que 84% da mão de obra empregada na mineração estão no setor dos minerais metálicos. Apenas no setor de ferrosos estão 55% dos trabalhadores desse percentual e no alumínio cerca de 17%. Os outros 16% estão empregados nas empresas de minerais não-metálicos. (A.L.A.)
O Liberal – PA