Mecanismo de ajuste de carbono nas fronteiras da União Europeia vai impactar indústria brasileira
15/06/23
O tema foi abordado durante encontro do presidente do IBRAM com os associados.
A União Europeia (UE) iniciará em outubro deste ano a implementação gradual de um mecanismo de ajuste de carbono nas fronteiras (MACF), chamado de “imposto de carbono”, o que impactará a indústria brasileira. O tema foi debatido por associados do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e convidados, na manhã desta 5ª feira, (15/06). O evento virtual faz parte de uma série de debates periódicos, o “Encontro com o Presidente”, conduzido pelo diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann.
“É uma questão extremamente sensível para todo o setor e para a economia do Brasil. A regulamentação da União Europeia impacta na descarbonização, que é essencial para a transição para uma economia de baixo carbono e para a superação de uma possível crise climática que ameaça toda a nossa humanidade”, avaliou Jungmann.
O embaixador Rubens Barbosa também participou e explicou que o MACF é um mecanismo para equalizar o controle de emissão de carbono de produtos europeus sujeitos ao sistema de comércio de emissões da União Europeia, com os produtos importados dos países que não têm o mesmo tipo de controle. Inicialmente, esta política é aplicável às indústrias de ferro, aço, cimento, fertilizantes, alumínio, hidrogênio e energia.
“Essa política visa evitar a transferência de fábricas para outros países que não tenham essa exigência de redução das emissões de carbono. Além disso, busca evitar a perda da competitividade dos produtos europeus e estimular países como o Brasil a reduzir suas emissões e alcançar maior competitividade no mercado europeu”, ressaltou Barbosa.
O advogado Fernando Sabino avaliou as consequências do MACF nas exportações do país. Para ele, “a indústria brasileira terá que se adaptar para não perder competitividade no mercado europeu, o que poderá gerar custos adicionais, mas também oportunidades, já que o Brasil está em condição melhor do que muitos outros países que poderão competir conosco”, disse.
Ele também ressaltou que “o mercado brasileiro precisa se preparar para apresentar informações sobre as quantidades de gás de efeito estufa, atreladas aos produtos, que possibilita aos importadores europeus dispor destes dados e, quando necessário, compensar as emissões”.