Margem de lucros do setor minerador pode ter atingido pico
17/06/08
LONDRES (Reuters) – O aquecido setor de mineração pode haver atingido seu pico em termos de margem de lucro após os custos terem subido mais que as receitas durante o ano passado no caso das maiores empresas, afirmou um relatório divulgado na terça-feira pela PricewaterhouseCoopers.
“Apesar de a maior parte dos indicadores mostrarem um crescimento excepcional, há sinais de que algumas áreas estão perdendo energia e podem estar chegando a seu pico”, afirma o relatório.
“As margens de lucro líquido, o ROE (retorno sobre o patrimônio) e o Roce (retorno de capital) indicam que os ganhos relativos das empresas mantiveram-se ligeiramente reduzidos quando comparados com os anos anteriores, e isso enquanto as pressões subiam.”
A receita dos 40 maiores grupos mineradores do mundo aumentou 32 por cento no ano passado, mas foi superada por um aumento nos custos de 38 por cento.
“Prevemos que 2008 refletirá o crescimento da produção apesar de fazer isso com resultados que refletem as crescentes pressões dos custos”, afirmou o relatório. As margens de lucro líquido caíram para 26 por cento no ano passado, de 28 por cento em 2006, ao passo que o retorno sobre o patrimônio sofreu uma queda de quatro pontos percentuais (de 33 por cento para 29).
As empresas envolvidas com o ouro tiveram as menores margens, acrescentou o relatório.
A capitalização de mercado no caso dos maiores grupos mineradores subiu 54 por cento, com a melhor performance sendo registrada para as empresas grandes diversificadas e as empresas dos mercados emergentes, afirmou o documento.
A Vale, do Brasil, registrou o crescimento mais rápido, superando a Anglo American e ficando em terceiro lugar no ano passado. Seu crescimento anualizado somou 79 por cento desde 2003.
A BHP Billiton, que fez uma oferta para assumir o controle da rival Rio Tinto, e esta última são as duas com maior capitalização de mercado, estando em primeiro e segundo lugar, respectivamente.
O retorno total para os acionistas no caso das maiores empresas atingiu uma média de 119 por cento, bastante acima dos 55 por cento registrados no ano anterior.
(Reportagem de Eric Onstad)
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