Maranhão pode receber siderúrgica…
06/07/07
São Luís, 6 de Julho de 2007 – O grupo Aurizônia planeja investir US$ 5 bilhões para implantar uma usina no estado. Os Estados Unidos e Europa são os mercados previstos para absorver a produção da futura siderúrgica maranhense. Ainda durante a manhã de ontem, os representantes da companhia apresentaram ao secretário de Indústria e Comércio do Maranhão, Júlio Noronha, o projeto de construção do porto que atenderá à indústria, localizado a 48 quilômetros da foz do Rio Mearim, na Baía de São Marcos. `A siderúrgica já vai nascer com o próprio porto`, afirmou o secretário. O relatório de impacto ambiental EIA/Rima do terminal marítimo foi entregue há pouco mais de 60 dias, informou. Ao contrário da chinesa Baosteel, que resiste em transferir o projeto da sua siderúrgica da Ilha de São Luís para o continente, apesar da pressão popular e de entidades ambientalistas, o grupo Aurizônia Empreendimentos considera o município de Bacabeira plenamente viável para a instalação da usina. `Bacabeira é o lugar mais indicado. É a parte do continente mais próxima da capital`, afirmou o coordenador de implantação da Companhia Siderúrgica do Mearim, Tarcísio Ferreira, observando que o grupo partiu logo para os estudos de viabilidade no continente depois de constatar a pressão contrária ao projeto da Baosteel na Ilha de São Luís. Os estudos para implantação da Companhia do Mearim já estão no quarto ano. Ao ser questionado se uma siderúrgica em Bacabeira é de fato viável economicamente, Ferreira foi enfático. `Bacabeira é mais que viável. Senão, não teríamos feito o projeto`, garantiu o executivo, ressaltando estar confiante na aprovação da licença ambiental. A opção dos investidores pelo Maranhão levou em conta, conforme relacionou Ferreira, a vocação natural do estado, a proximidade da mina de Carajás (de onde deve sair o minério de ferro que abastecerá a siderúrgica) e a localização geográfica privilegiada, próximo aos merca- dos compradores internacionais.Com previsão para entrar em operação dentro de dois anos, o porto vai dispor de calado de 22 metros a 15 metros de profundidade na baixa mar, com capacidade para receber até quatro navios de uma só vez. Atenderá ao desembarque de matéria-prima (coque/carvão vegetal) e ao escoamento da produção. A previsão é que o porto movimente cerca de 31 milhões de toneladas de carga por ano. Os investidores não descartam a possibilidade de também atender ao escoamento de grãos. O município de Bacabeira tem 12 mil habitantes. Para a diretora da Consultoria Ambiental Ltda (Cal), Margarida Maria de Sá, responsável pelo EIA, o município é a opção ideal para implantação da siderúrgica, tendo em vista a resistência na Ilha de São Luís, além de oferecer condições de viabilidade de construção de porto, em razão da logística e batimetria. `A região agrega todas as condições para desenvolver um distrito industrial e abrigar um porto`, disse Margarida Base científica O governo do Maranhão, ao que tudo indica, está empenhado em resolver os conflitos no campo social e ambiental para atrair os investidores em siderurgia para o estado. Dentro de uma ou duas semanas, o governador, Jackson Lago, vai assinar um convênio com a Universidade de São Paulo (USP) e com as universidades federal e estadual do Maranhão para que seja feito um estudo comparativo entre as implicações da implantação de uma siderúrgica na Ilha de São Luís e no município de Bacabeira do ponto de vista ambiental, social e econômico. `O objetivo é ampliar as discussões e obter embasamento científico de instituições isentas para que o governo do estado possa se posicionar quanto à localização desses investimentos e tranqüilizar a sociedade`, explicou o secretário de Indústria e Comércio do Maranhão. kicker: A produção, para exportação, será de 10 milhões de toneladas de placas de aço/ano, e o faturamento esperado é de US$ 6 bilhões/ano
Gazeta Mercantil