Máquinas chinesas ocupam canteiros de obras no Brasil
09/04/12
No Brasil, para cada dez máquinas comercializadas, seis são importadas, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas (Sindimaq). Além do real valorizado impulsionar este movimento, a chegada de bens de capital chineses, com preços até 50% menores em alguns casos, tem um impacto significativo no setor, que contabiliza, ano a ano, a ampliação do déficit da balança comercial e redução no nível de emprego.
O crescimento do mercado nacional despertou o interesse de fabricantes asiáticos na instalação de plantas no país. Também levou empresas instaladas em território nacional a investir na expansão de suas operações, sendo Minas Gerais o alvo preferencial.
De acordo com o presidente da Tractorbel, representante da chinesa XGMA em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, Olivando Ribeiro, a marca representa 10% das vendas de equipamentos do país asiático no Brasil e 40% em Minas Gerais, com apenas dois anos de atuação. Do mercado total, considerando-se máquinas de todas as procedências, a XGMA abocanha em Minas uma fatia de 15%.
?Temos a linha completa de máquinas rodoviárias e para mineração. O produto importado chega ao país e é taxado com todos os impostos que paga a indústria nacional, mais 14% do valor da máquina a título de Imposto de Importação. Mesmo assim, os preços são muito mais competitivos, chegando à metade de uma máquina fabricada no país em alguns casos?, diz.
O diretor regional do Sindimaq, Marcelo Veneroso, comenta que a importação acelerou o processo de desindustrialização do setor. ?Perdemos muito espaço para as máquinas que vêm de fora, principalmente porque o câmbio favorece as compras externas. O governo deve trabalhar para que as estrangeiras se instalem no país?, observa.
Embora os equipamentos chineses tenham se tornado comuns nos canteiros de obras, o vice-presidente da Tracbel, distribuidora de máquinas, Luiz Gustavo Rocha, avalia que são mercados diferentes. ?A importação ocorre com equipamentos mais pesados. Trabalhamos com a Volvo, que tem uma qualidade superior em relação a outras marcas e não concorre diretamente com os chineses?, afirma.
Segundo ele, 80% do que é vendido pela Tracbel são produtos nacionais. A parcela restante é justamente de máquinas mais pesadas, que não têm produção nacional.
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