Mapa dará perfil geotécnico de Cuiabá e Várzea Grande
31/07/07
Pela primeira vez, as cidades de Várzea Grande e Cuiabá serão foco de um minucioso trabalho técnico-científico para a elaboração de um mapa geotécnico e ambiental que irá detalhar áreas de preservação permanente, tipos de solo para fins de construção civil, índices de ocupação em cada localidade e a situação das águas superficiais e subterrâneas. O projeto foi elaborado por um grupo de especialistas em Cartografia Geotécnica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e o Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso (Cefet) e foi orçado em R$ 780 mil. O projeto foi encaminhado ao Ministério Público do Estado para que possa ser financiado por empresas que estão enquadradas em termos de ajustamento de conduta (TAC). Problemas comuns em Várzea Grande, como o esgotamento de poços artesianos e a invasão de áreas alagadas que servem para drenar as águas das chuvas até os córregos e o rio Cuiabá são pontos a serem abordados nas pesquisas. O coordenador do projeto, professor Prudêncio Rodrigues de Castro Júnior, explica que o crescimento das duas cidades tem causado ocupação desordenada em áreas impróprias causando prejuízos para a população e o município. A caracterização do aqüífero para análise do potencial das águas subterrâneas nas duas cidades é uma das prioridades do estudo. Prudêncio diz que a situação é mais grave em Várzea Grande, onde existem registros de inúmeros poços para uso público que secaram em menos de 10 anos. Subsolo – A intensidade de abalos sísmicos em Mato Grosso também será analisada. Os especialistas estudam o crescimento dos registros de pequenos abalos na região de Porto dos Gaúchos, mas mesmo que estejam localizados longe da capital, é preciso que hajam estruturas compatíveis com a magnitude sísmica de todo o Estado. Um dos maiores dos 47 abalos sísmicos que ocorreram nos últimos anos em Mato Grosso foi em 1954 e chegou a provocar tremores de terra em Cuiabá e Várzea Grande. “A carta geotécnica nos dará mais segurança nos pareceres de projetos e na localização de áreas de preservação permanente que não podem ser ocupadas. Além disso vamos ter dados para fazer um Plano Diretor de Drenagens, que é essencial para a capital”, comentou ontem o secretário de Meio Ambiente de Cuiabá, Levi Pires de Andrade.
A Gazeta – MT