Lula discute negócios da mineração brasileira e de outros setores no exterior
18/06/09
ASTANA, Cazaquistão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a reforma da ONU e das instituições financeiras internacionais, sobretudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird). O presidente disse ainda que, antes da crise global, havia países que pensavam saber mais do que os outros e que o Estado não tinha papel relevante. ? Mas agora todos ficaram iguais e já não há no mundo quem tenha certeza absoluta do que faz ? disse Lula.
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Visivelmente cansado, o presidente afirmou que o resultado da reunião dos Brics (que reúne Brasil, Rússia, Índia e China), um dia antes em Ekaterinburgo, na Rússia, foi extraordinário e que o país vai analisar o uso de moedas locais no comércio bilateral com esses países. Há propostas de criação de uma nova moeda, uso de uma cesta de moedas e a experiência brasileira no comércio exterior com a Argentina. ? O Guido (Mantega, ministro da Fazenda) e o Meirelles (Henrique Meirelles, presidente do Banco Central) estão autorizados a conversar com os colegas para ver se há entendimento para fazer comércio entre os países sem precisar comprar Vivian Oswald o dólar ? disse Lula, lembrando ainda que FMI e Bird precisam ser democratizados.
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Lula foi recebido pelo presidente do Cazaquistão Nursultan Nazarbayev, com quem discutiu as possibilidades de incrementar o comércio bilateral, estimado em US$ 274 milhões. É a primeira visita oficial de um líder latino-americano a esta exrepública soviética. Lula ganhou um cazaque, traje típico, de seu colega, e deu a ele uma camisa de número dez da seleção assinada por todos os jogadores. Foram discutidos interesses nos setores de biocombustíveis, petróleo, mineração e engenharia.
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Lula informou que a Embraer assinou carta de intenção para leasing de dois aviões, sua primeira operação na Ásia Central. E destacou o interesse da Vale. Com pouco mais de dez anos, Astana, a capital do Cazaquistão, transformou-se em uma Dubai pós-soviética. Os bilhões de dólares jorrados na economia pela produção de petróleo na última década fizeram com que a cidade crescesse mais de 10% ao ano. Do Palácio Presidencial, avistam-se arranha-céus de todos tamanhos, estilos e cores.
O Globo