05/12/08

Rio – Em um discurso em que dedicou pelo menos 40 minutos à crise econômica internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter telefonado, ontem, para o presidente da Vale, Roger Agnelli, pedindo mais informações sobre as mais de mil demissões na empresa, anunciadas quarta-feira última.
Segundo Lula, o presidente da Vale ponderou que, este ano, já contratou 6.200 pessoas e que as demissões, em sua maioria, foram em áreas administrativas da empresa. Lula disse ter aconselhado Agnelli a não vender apenas minério na Vale. ?Vamos gerar os empregos necessários e desenvolvimento tecnológico?, convocou Lula.
O presidente reafirmou que não haverá cortes de investimentos em sua administração por conta da crise, mas disse que está disposto a cortar custeio. Usando uma metáfora em que comparou a relação entre a sociedade e a crise à de um médico com seu paciente, Lula afirmou que, tendo um médico, o aconselhável é ele dizer que vai recuperar o paciente. ?Ou você diria ao paciente ?sifu? (sic)? Se você chega dizendo a gravidade da doença, você acaba matando o paciente?, afirmou.
Lula se queixou do mercado, que se diz independente do estado, mas que recorre a ele em momentos de crise. Ele comparou o mercado a um adolescente que rejeita os pais, não os ouve, mas volta para a casa quando enfrenta um problema.
?Filho quando tem crise, quando sente uma dor de barriga, volta para casa. Nesse caso (a crise), aliás, foi uma diarréia braba. E quem eles chamaram? O Estado, que eles negaram por anos?, comparou.

O Estado do Maranhão