“Itinerários Amazônicos” é apontado pela Unesco como um dos cinco exemplos de boas práticas de educação em todo o mundo
26/06/24
Com o apoio do Fundo de Sustentabilidade Hydro, programa já impactou mais de 55 mil professores, cerca de um milhão de estudantes e tem presença em oito estados da Amazônia Legal.
Como empoderar estudantes para agir diante das mudanças climáticas? Um programa está atuando na Amazônia para transformar vidas por meio da educação. É o Itinerários Amazônicos, que tem o objetivo de oferecer formação e conhecimento aos professores da região. Lançado em agosto de 2023 pelo Instituto Iungo, Instituto Reúna e rede Uma Concertação pela Amazônia, com investimentos do BNDES, Fundo de Sustentabilidade Hydro, Instituto Arapyaú, Movimento Bem Maior e Vale, o programa atua em 8 dos 9 estados por onde se estende a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima e Tocantins.
Desde então, já foram disponibilizados, gratuitamente, mais de 2.600 páginas de material curricular, com formação de mais de 55 mil professores, mais de 5.300 escolas impactadas, beneficiando cerca de um milhão de alunos do Ensino Médio. O programa reúne redes estaduais de ensino e educadores em torno da complexidade amazônica e de questões locais, regionais, nacionais e globais que se relacionam diretamente com o desenvolvimento sustentável. Ele traz conteúdo sobre temas amazônicos em diálogo com as áreas de conhecimento previstas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e realiza a formação de professores para sua adoção nas salas de aula. Além de promover a aprendizagem em contexto, o conteúdo e a formação têm foco no desenvolvimento das habilidades e competências dos estudantes para poderem agir diante das mudanças do clima.
Por causa disso, em 2023, o programa Itinerários Amazônicos foi selecionado como um dos cinco estudos de caso exemplares no mundo de Educação sobre Mudanças Climáticas, em um relatório encomendado pela UNESCO e apresentado na Reunião Regional da Ásia e Pacífico ESD-Net 2030, em junho do mesmo ano, na Indonésia.
“Há, relativamente, pouco conhecimento de como os jovens estão adquirindo e aplicando competências, como resolução de problemas, inovação, pensamento crítico e criativo, a partir de programas e abordagens sobre as mudanças climáticas. A educação para esse assunto foca, em sua imensa maioria, em aquisição de conhecimento sobre ciclo de carbono, efeito estufa e gestão de recursos, em vez de abordar o que pode e deve ser feito em termos de comportamentos e de ação para mitigação e adaptação diante da crise climática. Os Itinerários Amazônicos são um exemplo de boa prática tanto em relação ao diálogo proposto com o contexto local – da construção do documento ao tipo de conteúdo e atividades propostas – quanto aos recursos e aos esforços dirigidos à formação de professores com foco em metodologias ativas e no sentido do desenvolvimento de competências e habilidades para a ação efetiva”, afirma o Dr. Phil Lambert, professor e um reconhecido especialista em educação no mundo, que apoiou o Brasil na construção da Base Nacional Comum Curricular.
Ações no Pará
Em outubro de 2023, o programa articulou junto à UNESCO, UNICEF, BID, BNDES, Porticus e Secretaria de Educação do Pará (SEDUC-PA) visitas conjuntas às escolas em Belém e no Marajó, para conhecimento da realidade da região e sobre como a iniciativa poderia atuar. Em novembro, foi realizado, com a Secretaria de Educação do Pará, o componente Educação para o meio ambiente, sustentabilidade e clima do Pará para o Ensino Médio e Fundamental (Anos Finais), englobando a produção de materiais pedagógicos e a formação continuada dos educadores da rede de ensino. Em dezembro do mesmo ano, eles apresentaram o material na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023, a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
“Com duas frentes complementares: materiais curriculares e formação continuada de professores e gestores escolares, o programa Itinerários Amazônicos visa a levar, de forma aprofundada, temas que tocam a região – como mudanças climáticas, questões sociais, culturais e econômicas – de maneira articulada com a Base Nacional Comum Curricular e os currículos estaduais de Ensino Médio”, afirma Paulo Andrade, presidente do Instituto Iungo.
Paula Marlieri, gerente sênior de Assuntos Externos da Hydro, destacou que “para a Hydro, fazer parte de um projeto com a dimensão e a potência da educação na Amazônia é um compromisso com todos. Essa junção de esforços é muito positiva para ações de grande relevância para a região. O mundo precisa saber e conhecer essa potência. Educar é mostrar a vida a quem ainda não viu”.
Saiba mais sobre o programa Itinerários Amazônicos:
O programa Itinerários Amazônicos oferece conteúdos formativos gratuitos para educadores brasileiros através do canal do programa no YouTube: https://www.youtube.com/@
Sobre o IUNGO
O Iungo completou quatro anos e se firmou como uma organização importante e reconhecida no âmbito da educação no Brasil, em especial para o fortalecimento dos principais agentes da transformação da escola: os professores. Para contribuir com a superação dos desafios educacionais do país na escala e na urgência necessárias, hoje trabalham em parceria com 15 estados e um município brasileiro.
Ao longo de sua existência, o Iungo já impactou diretamente mais de 300 mil educadores em ações de formação docente, beneficiando indiretamente mais de 5 milhões de alunos em todos os estados do país.
Sobre o Fundo de Sustentabilidade Hydro
Instituído em 2019 como um compromisso conjunto das empresas Hydro, Albras e Alunorte para o desenvolvimento sustentável de regiões brasileiras, especialmente no estado do Pará, o Fundo de Sustentabilidade Hydro (FSH) já investiu, em quatro anos de atuação, cerca de R$ 40 milhões, dentre os R$ 100 milhões previstos em 10 anos, transformando a vida de mais de 100 mil pessoas, direta ou indiretamente, por meio de parcerias com instituições locais.
São sete grandes programas, com objetivos e atuações diferenciadas, que financiam diversos projetos de incentivo ao empreendedorismo comunitário na região e ao empreendedorismo feminino. Os investimentos do FSH são aplicados em capacitações, contratação de serviços e compras de comunidades locais, pesquisa, entre outros.