Iraque: Brown diz que Londres e EUA seguem «a mesma linha»
04/09/07
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, assegurou hoje que Londres e Washington seguem a «mesma linha» no Iraque e recusou que a retirada britânica do centro de Bassorá seja vista como um sinal de divergências entre os dois aliados. «Estamos exactamente na mesma linha», disse Brown numa conferência de imprensa onde foi questionado sobre se partilha da visão que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, tem do futuro do Iraque. «Vamos continuar a cumprir as nossas obrigações para com o povo iraquiano, apoiamos a democracia no país e vamos cumprir as nossas obrigações para com a comunidade internacional», acrescentou. Brown falava um dia depois da retirada das tropas britânicas transferirem a segurança em Bassorá para as forças iraquianas, vistas por críticos do primeiro-ministro britânico como uma afirmação de uma política britânica para o Iraque diferente da seguida pelos Estados Unidos. «A nossa política é exactamente a mesma (que a dos Estados Unidos): fazer com que o povo iraquiano seja responsável pela sua própria segurança», insistiu Gordon Brown, explicando que os dois aliados têm calendários diferentes porque as situações militares variam de região para região. No seu primeiro encontro com a imprensa depois das férias parlamentares, Gordon Brown falou de vários outros temas, nomeadamente o conflito em torno do programa nuclear iraniano, reafirmando o seu apoio a eventuais novas sanções da ONU. Para o primeiro-ministro britânico, a pressão internacional sobre o Irão está a produzir frutos, apesar do anúncio feito domingo pelo presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, de uma nova etapa no processo nuclear, fazendo funcionar 3.000 centrifugadoras de enriquecimento de urânio. «Continuo a pensar que o processo (de pressão internacional) que iniciámos e que pode muito bem conduzir a uma terceira resolução da ONU é positivo», disse. O Irão é objecto de três resoluções do Conselho de Segurança, as duas últimas das quais impondo sanções, devido à sua recusa em suspender o enriquecimento de urânio. Em cima da mesa está uma terceira resolução e um terceiro pacote de sanções, perante a reiterada recusa de Teerão em suspender aquele processo.
Diário Digital