31/07/07

Um grupo de especialistas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) inspeccionou segunda-feira a unidade iraniana de produção de água pesada de Arak, a primeria visita deste género desde o início do ano, segundo a agência noticiosa IRNA. A fonte, que cita um responsável do governo de Teerão sem identificá-lo, assegurou que a visita durou cinco horas nas instalações da central de Arak, na cidade do mesmo nome, no centro do Irão. A visita a esta instalação foi possível graças ao acordo alcançado nas negociações que representantes iranianos e da AIEA mantiveram este mês em Teeerão e Viena, para solucionar as questões pendentes no caso nuclear iraniano, acrescentou. O Irão tinha impedido o acesso dos inspectores às instalações em Arak no início do ano, depois do Conselho de Segurança da Nações Unidas (ONU) ter adoptado a resolução 1747 com sanções à república islâmica por se ter recusado a suspender o enriquecimento de urânio. Nesta unidade, que o Irão assegura que vai servir para fabricar material radiológico para a luta contra o cancro, também se pode producir plutonio, um dos materiais essenciais para construir bombas atómicas. O porta-voz do Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohamad Al Husseini, anunciou hoje que outra delegação da AIEA vai visitar Teerão a 06 de Agosto para tratar da inspecção às instalações da unidade de Natanz. Husseini elogiou o «leque» das negociações entre o seu país e a AIEA, com que Teerão espera evitar o endurecimento das sanções por parte do Conselho de Segurança da ONU. O porta-voz reiterou, no entanto, que para o Irão o enriquecimento de urânio, um material que tem utilizações civis e militares, é como respirar ar, já que este assunto «não está nas negociações. A AIEA está a investigar há cinco anos o programa atómico iraniano e até agora não conseguiu confirmar em absoluto se o empenho atômico do país tem fins militares.

Diário Digital