Irã procura apoio do Brasil para seu programa nuclear
28/02/08
O vice-ministro de Assuntos Exteriores do Irã, Alireza Sheikh Attar, visitará o Brasil na semana que vem, em busca de apoio contra as sanções impostas pela ONU ao país por seu programa nuclear, informaram ontem fontes diplomáticas. Porta-vozes da embaixada iraniana explicaram que Sheikh Attar chegará acompanhado por uma grande delegação, que também discutirá assuntos relativos às relações bilaterais e buscará fórmulas para fortalecer a cooperação nas áreas de energia e comércio.
As fontes disseram, no entanto, que o assunto de maior interesse para o Irã é obter apoio contra as sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, pelo temor que desperta seu programa de enriquecimento de urânio, apesar de, segundo Teerã, este ter fins pacíficos. Até agora, o Irã foi objeto de dois pacotes de sanções por parte da ONU, que bloqueiam suas importações de material relacionado com o programa nuclear e com mísseis balísticos, mas atualmente se discute a possibilidade de ampliar essas penas.
O reforço das sanções foi pedido por vários países ocidentais, baseado em um último relatório elaborado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), segundo o qual Teerã não deu as garantias necessárias de que não trabalha no planejamento de armas atômicas. As fontes consultadas pela Agência Efe indicaram que Sheikh Attar ?deverá chegar? a Brasília em 3 de março e permanecerá no país dois dias, mas não esclareceram se tem intenção de estender a viagem por outras nações latino-americanas. Segundo as mesmas fontes, o Irã tentará demonstrar que seu programa nuclear é semelhante ao desenvolvido no Brasil, dirigido sobretudo à geração de energia elétrica.
Ontem, o representante russo nas Nações Unidas, Vitali Churkin, a Rússia apoiará o projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU que inclui sanções contra o Irã se o país não abandonar nos próximos dias o enriquecimento de urânio, disse. ?Se o Irã não abandonar nos próximos dias as atividades de enriquecimento (de urânio), a Rússia, como membro do Grupo dos Seis (cinco membros permanentes do Conselho de Segurança mais Alemanha), cumprirá o compromisso coletivo de apoiar essa resolução?, indicou.
Em declarações televisionadas, Churkin disse que a nova resolução ?oferecerá garantias adicionais de que a atividade do Irã não será perigosa para a não-proliferação das armas nucleares, o que seria inaceitável para a comunidade mundial?, segundo a agência Interfax. (EFE)
Correio da Bahia