IPOs surpreendem e podem dobrar
19/07/07
Resende, da Anbid: “Mercado perdeu a noção de quanto dinheiro há disponível” As previsões da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) para o número de novas empresas que acessarão o mercado de capitais em 2007 já foram superadas de longe. No fim do ano passado, a entidade projetava 30 IPOs (ofertas públicas iniciais, na sigla em inglês), mas, no final deste semestre, o mercado já registrava 31 novas operações desse tipo. Em todo o ano de 2006, foram feitas 26 IPOs. Agora, a associação estima que o mercado de capitais encerrará 2007 com um volume de IPOs entre 55 e 60, mais que o dobro do total do ano passado. Essa expectativa leva em conta o fato de que estão em consulta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 22 operações, sendo 20 de novas companhias. “Nós erramos de longe, e isso também não é bom. Acho que o mercado perdeu a noção de quanto dinheiro há disponível no mundo hoje para investimentos. Passamos muito do que já achávamos muito (a previsão de 30 IPOs)”, afirmou Luiz Fernando Resende, vice-presidente da Anbid. Conforme dados divulgados ontem pela entidade, as ofertas públicas no mercado de capitais brasileiro alcançaram o montante de R$ 40,7 bilhões na primeira metade de 2007, aumento de 26% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, quando foram registradas operações no valor de R$ 32,4 bilhões. Considerando o movimento das primeiras semanas de julho, as ofertas públicas, tanto em renda fixa como em renda variável no mercado doméstico, somam R$ 47,07 bilhões no ano até o dia 16. Desse total, 70% das operações foram realizadas no mercado de renda variável, com destaque para as operações primárias (39% do total). A renda fixa respondeu pelos 30% restantes, onde a maior parte das transações derivaram de debêntures (11% do total). De acordo com a Anbid, o setor de construção civil deve continuar acessando o mercado de capitais até o final deste ano. Pelo menos seis outras companhias desse segmento estão se preparando para ir à Bovespa. Outros setores que devem continuar despontando no mercado na segunda metade do ano são o financeiro, de mineração e siderurgia e de alimentos, o que inclui empresas do agronegócio.;;Foto: Pio Figueiroa / Valor
Valor Econômico