27/04/07

Rio, 27 de Abril de 2007 – Com investimentos pesados na expansão da capacidade de produção de aço, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) espera dar o grande salto, no entanto, no segmento de mineração. O diretor executivo da área de mineração da empresa, Juarez Saliba de Avelar, disse que a siderúrgica quer chegar em 2012 na condição de quarta maior produtora de minério de ferro do mundo, capaz de comercializar 75 milhões de toneladas anuais. Além de ampliar a produção da mina Casa de Pedra (MG) dos atuais 16 milhões de toneladas/ano para 53 milhões de toneladas em julho de 2010, a empresa espera chegar no mesmo ano com um total de 15 milhões de toneladas comercializados pela Nacional Minérios (Namisa), uma nova subsidiária constituída no fim de 2006 exclusivamente para compra e venda do produto.
Avelar também admitiu a possibilidade de incluir outros ativos da empresa do setor minerador, que não só a mina Casa de Pedra, na oferta pública inicial de ações que deverá promover nos próximos meses. Além da própria mina, a oferta pode incluir a Namisa e o terminal de minérios no porto de Itaguaí (RJ), o Sepetiba Tecon.
Embora tenha evitado dar detalhes da operação, devido às normas de confidencialidade da CVM e da SEC americana, o diretor da CSN revelou que o negócio depende da conclusão dos trabalhos de modelagem da operação por técnicos da empresa, ainda sem data definida. Questionado sobre o acordo que dá à Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) o direito de preferência sobre o excedente de produção da Casa de Pedra, o executivo confirmou que os técnicos estudam um modo de evitar conflitos legais com o acordo.
O planejamento da CSN prevê investimentos de até US$ 1,7 bilhão só no setor minerador. Em um primeiro momento, o programa prevê a ampliação da produção da Casa de Pedra dos atuais 16 milhões de toneladas/ano para 45 milhões de toneladas em novembro de 2009. Em julho de 2010, a intenção é incrementar para 53 milhões de toneladas anuais. A produção da mina será complementada por estoques adicionais que serão adquiridos pela Namisa de pequenas minas para a siderúrgica de Volta Redonda.
Contratos
A empresa já dispõe de contratos de médio e longo prazos que correspondem a 8,5 milhões de toneladas por ano. Só em 2007, a Namisa já comercializou 5 milhões de toneladas de minério, dos quais 1 milhão já foram embarcados. No próximo ano, a expectativa é chegar a 10 milhões de toneladas. Para 2009, estima 15 milhões de toneladas.

Gazeta Mercantil