Indústrias regionais foram impulsionadas por commodities, bens de capital e duráveis em 2006
08/02/07
RIO – As commodities, os bens duráveis e os bens de capital impulsionaram a indústria das áreas com melhor desempenho entre as 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2006. “As principais taxas foram observadas nos locais que têm a estrutura industrial apoiada nos setores tipicamente exportadores, como minério de ferro, produtos siderúrgicos, celulose e açúcar”, disse o técnico da coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo. A maior expansão entre as 11 que tiveram alta de produção no ano passado ocorreu no Pará, com 14,2%, devido à produção de minério de ferro da Vale do Rio Doce.Além do Pará, o segmento extrativo deixou em boa posição as indústrias do Espírito Santo e de Minas Gerais, cujos crescimentos, de 7,6% e 4,5%, respectivamente, ficaram acima da média nacional, de 2,8%. “Houve um claro efeito positivo da indústria extrativa em 2006, que se aproveitou da alta de preços internacionais das commodities”, disse o técnico do IBGE André Macedo.No Espírito Santo, os destaques ficaram por conta da extração de petróleo e da metalurgia básica. Macedo diz que o maior dinamismo também ocorreu em áreas onde a estrutura industrial tem ligação com os bens duráveis, como automóveis e eletrodomésticos, e com os de bens de capital, principalmente os produtos de informática e de infra-estrutura em energia elétrica. Em Minas Gerais, houve um bom desempenho tanto da indústria extrativa, com alta de 8,8%, quanto por segmentos como veículos automotores (10,6%), alimentos (4,1%) e metalurgia (2,7%).O Rio de Janeiro também foi ajudado pelo setor extrativista. A alta de 5% em sua produção extrativa, entretanto, não foi suficiente para compensar o desempenho mais fraco da indústria de transformação, que apresentou aumento de apenas 1,2%. Com isso, a produção fluminense ficou com uma taxa de crescimento de 1,9%. O Rio se ressentiu principalmente da parada para manutenção de um alto-forno da Companhia Siderúrgica Nacional e das retrações apuradas no refino de petróleo e álcool e na produção de automóveis.A indústria de São Paulo, que representa cerca de 40% da indústria nacional, teve um crescimento de 3,2%, pouco acima da média do país. Os setores que mais puxaram a indústria paulista foram os de máquinas de escritório e equipamentos de informática (48,5%), máquinas e equipamentos (5,5%) e alimentos (4,3%).As indústrias do Sul, ainda sob efeito da crise agrícola, registraram desempenhos fracos e ficaram abaixo da média nacional. O Rio Grande do Sul e o Paraná tiveram reduções de 2% e 1,6%, respectivamente, enquanto Santa Catarina apresentou alta de apenas 0,2%.Também figuraram abaixo da média da produção brasileira as indústrias de Goiás, com alta de 2,4% e do Amazonas, com retração de 2,2%, sob o efeito do menor volume exportado de aparelhos celulares. Ainda apresentaram expansão acima da média nacional as indústrias do Ceará (8,2%), Espírito Santo (7,6%), Pernambuco (4,8%), região Nordeste (3,3%) e Bahia (3,2%). Nesta semana, o IBGE divulgara que a indústria nacional fechou o ano passado com crescimento de 2,8%.(Ana Paula Grabois | Valor Online)
Valor Econômico