Indústria puxa recuperação e empregos em Minas
16/04/09
Seminário sobre como combater a crise mundial no estado e no país termina com sinais concretos de retomada da economia, como a contratação de pessoal pelo grupo FiatO seminário Minas combate a crise, promovido pelo governo do estado, Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Estado de Minas e Diários Associados, foi encerrado ontem no Expominas, em Belo Horizonte, com uma boa notícia e sinais concretos de recuperação da economia brasileira. O grupo Fiat anunciou que vai contratar 742 trabalhadores este mês para empresas do conglomerado instaladas em Betim, na região metropolitana ? são 548 vagas para a Fiat Automóveis, 153 para a FPT Powertrain Technologies e 41 na Comau. Do total, 340 vagas já foram preenchidas e as outras serão ocupadas nos próximos dias.A ampliação do quadro é resultado do reaquecimento das vendas, segundo o presidente do grupo no Brasil, Cledorvino Belini. ?A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), dos juros, o restabelecimento de crédito e a retomada da confiança foram instrumentos decisivos para o aumento das vendas?, disse. Diante das perspectivas positivas, a produção diária vai passar de 2,6 mil para 2,8 mil carros. Belini espera que as vendas de abril sejam superiores às de março (261.043 unidades), o melhor da história da indústria automotiva. ?Já voltamos com o terceiro turno em algumas áreas. Novas contratações vão depender do mercado?, afirmou o executivo. Segundo ele, com impostos menores, o setor teria a oportunidade de realizar uma expansão de 75 milhões de unidades.Outro sinal de recuperação veio do Ministério do Trabalho. Segundo a pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em março se registrou criação de vagas ? apesar do resultado do primeiro trimestre ter sido o pior desde 1999. No primeiro trimestre, o país perdeu 57.751 empregados. No mesmo período do ano passado, houve geração líquida de 554.440 empregos. Mas, em março, 34.818 pessoas entraram no mercado de trabalho formal, resultado de 1.419.511 admissões e 1.384.693 demissões. Para o presidente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Tadeu Morais de Souza, a economia brasileira já tem dado sinais de recuperação na própria indústria, setor bastante afetado pela escassez do crédito e a redução das exportações.Mais postos de trabalho devem ser abertos no estado ainda neste semestre. Segundo o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso, o governo deve anunciar, nos próximos dois meses, 12 novos projetos em Minas, dos quais seis de grande porte. ?O governo do estado vem mantendo uma postura otimista e de facilitador dos negócios, marcando presença junto aos empreendedores de todos os portes, pois acredita que a fase aguda do desaquecimento econômico está passando?, assegurou.Para agilizar o processo de crescimento, o vice-governador Antonio Anastasia voltou a defender a necessidade de repensar a relação entre governo federal, estados e municípios e criticou a concentração ?exagerada? de poderes na União. ?Hoje, temos uma federação bolorenta?, afirmou. Anastasia ressaltou as iniciativas do governo mineiro para aquecer a economia regional, mas lembrou que a capacidade de atuação é pequena, frente à falta de autonomia. ?Há uma concentração tributária absurda. O único tributo que temos para implementar políticas econômicas é o ICMS, que acaba sendo usado na guerra fiscal entre os estados?, criticou.Para o diretor-presidente do Estado de Minas e vice-presidente do condomínio acionário dos Diários Associados, Álvaro Teixeira da Costa, o país perdeu ?uma boa oportunidade com a redução dos depósitos compulsórios, quando o governo injetou R$ 100 bilhões no sistema financeiro e os bancos preferiram investir o dinheiro em títulos públicos?. Segundo ele, ?a redução da taxa Selic pode ser uma saída para que o crédito volte a irrigar o sistema produtivo. Talvez a colocação do dinheiro no mercado demore um pouco, mas virá?, observou. Segundo o presidente da Assembleia, deputado Alberto Pinto Coelho, as sugestões do seminário serão levadas ao governo federal.
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