Indústria mineral prevê que atividade terá retomada só a partir de 2010
22/07/09
SÃO PAULO – A indústria mineral brasileira irá começar a vislumbrar um crescimento em sua produção e vendas no último trimestre do ano, mas a retomada real do setor deve ocorrer apenas em 2010, segundo projeção do presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo Penna. Uma das expectativas é a melhora do consumo no mercado interno. No período de janeiro a junho deste ano, o Brasil consumiu sete milhões de toneladas de minério de ferro, o que significa a forte queda de 75% na comparação com o mesmo período do ano passado.”Existe efetivamente uma recuperação, mas ainda temos sucessivas baixas e altas, caracterizando um momento de volatilidade”, afirmou o presidente do Ibram. O único mercado em ascensão é o chinês, que até 2008 era responsável pela compra de 30% da produção mineral brasileira, fatia que agora passa de 50%. “Isso compensa a desaceleração europeia, mas é insuficiente para manter a produção e vendas de 2008”, disse o executivo. Ano passado, a Europa era consumidora de aproximadamente um terço do minério de ferro produzido no Brasil. Sobre a expectativa de crescimento em 2010, Camillo Penna afirmou que a expansão esperada é em relação aos números observados em 2009. “Acho pouco provável que já no próximo ano sejam superados os números de 2008.Os resultados até outubro do ano passado foram fantásticos”, disse o executivo, que salientou acreditar no aumento paulatino da média das vendas e um quarto trimestre “mais claro para apontar um crescimento mais firme de produção e vendas”, segundo Penna.InvestimentosA previsão de aportes do setor mineral no Brasil, que já foi revisada por conta da queda da demanda por ferro, já perdeu US$ 10 bilhões em investimentos até 2013. Anteriormente, a projeção era que o Brasil fosse receber US$ 57 bilhões. Segundo o presidente do Ibram, o estado que mais saiu perdendo foi Minas Gerais, local onde estava previsto a entrada de US$ 18 bilhões. Hoje estima-se aporte de US$ 13 bilhões no estado mineiro.”Em dado momento, projetos foram suspensos, mas na medida com a melhora dos preços, esses projetos vão se viabilizando. Acho que poderemos até mesmo superar dependendo do cenário em 2010″, afirmou o presidente do Ibram.
DCI