Indústria de Minas exporta 33% a mais
19/10/06
Puxadas pelo bom desempenho das commodities no mercado internacional, as exportações da indústria mineira cresceram acima da média nacional em setembro e nos primeiros nove meses do ano. Levantamento divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) mostra que as vendas externas do setor no estado tiveram expansão de 33,15% sobre setembro de 2005 e de 17,7% nos nove primeiros meses do ano em relação a igual período do ano passado. No Brasil, a expansão foi de 18% em relação a setembro do ano passado e de 16% entre janeiro e outubro. Em relação a agosto deste ano, no entanto, houve queda de 8,2% em Minas.
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Para o consultor de comércio internacional da Fiemg, Alexandre Brito, as exportações mineiras acompanham a tendência nacional, marcada pela mudança no quadro de desaceleração que vinha ocorrendo até junho. ?Entre junho e agosto Minas recuperou o fôlego nas vendas internacionais, superando o desempenho médio do Brasil, mas o diagnóstico continua o mesmo: as exportações continuam fortemente dependentes das commodities?, observa. A expectativa é de chegar ao fim do ano com exportações recordes entre US$ 15,2 bilhões e US$ 15,5 bilhões, contra os US$ 13,5 bilhões do ano passado.
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Brito chama a atenção para a retomada do ritmo exportador no terceiro trimestre do ano. Segundo ele, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) foi obrigado a rever as projeções das exportações brasileiras para o ano. Em junho, a previsão era fechar 2006 com vendas externas de US$ 128 bilhões; em julho, saltou para US$ 130 bilhões; em agosto para US$ 132 bilhões e já se trabalha com uma receita entre US$ 134 bilhões e US$ 135 bilhões. Até o fim do ano, a participação de Minas na pauta exportadora do país deverá chegar a 11,6%. Em setembro, era de 11,55%, o maior índice desde 2002.
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Os principais responsáveis pelo crescimento das vendas internacionais do estado por setores da indústria mineira, no acumulado de janeiro a agosto, últimos números fornecidos pelo MDIC, foram mineração, com 25,3%; material de transporte, com 49,4%; pedras preciosas, com 34,5%, e máquinas e equipamentos, com 28%. No mesmo período, tiveram desempenho negativo o segmento de plásticos, com queda de 33,6%, e calçados e couros, com retração de 28,5%. ?Os números mostram que as exportações mineiras vão quantitativamente bem e que, em termos de qualidade, caminham da melhor forma possível, dentro do cenário de taxa de câmbio valorizada. Nesse quadro, era de se esperar que os resultados fossem aquém do obtido. Os resultados refletem o empenho das empresas mineiras em permanecer no mercado exportador, cumprindo contratos?, diz.
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Os principais destinos das exportações mineiras são os países da América do Sul, nos quais a venda de produtos acabados é mais forte. Por outro lado, as vendas para mercados importantes e de alto poder aquisitivo como União Européia, Estados Unidos e Canadá estão caindo. Entre janeiro e agosto, o embarque de produtos com destino aos países do Mercosul aumentou 70%. Para os países da comunidade andina, a expansão foi de 84%. Nesse período, só as vendas para a Colômbia aumentaram 44% e para a Venezuela, 113%.
O Estado de Minas